Graal: A Neve e o Sangue

Para quem lembra deste post, decidi criar vergonha na cara e começar a diminuir o backlog. Fica difícil com a rajada de lançamentos que não param de aparecer, mas em algum momento tinha que começar com a leitura.

Lembrando que minha leitura do primeiro livro de Christian de Montella foi bem rápida, decidi ler o segundo livro da coleção do Graal. Desta vez não li tão rápido quanto o primeiro apenas por questões de agenda; foi uma semana muito puxada em vários aspectos, especialmente no profissional. Suponho que entre hoje e amanhã devo terminá-lo, e começar com o ganhador da enquete lançada na semana passada. Para quem não votou, é melhor correr, já que termina hoje!

Sobre o Livro

Segunda instância da história do Graal, segue exatamente o mesmo formato já comentado no primeiro livro: capítulos curtos, tipografia grande, e 271 páginas que contam histórias conhecidas de um jeito um pouco diferente.
Este volume conta a história de Perceval, começando na sua infância. Um breve prólogo serve de introdução aos fatos que conectam a história entre o primeiro e o segundo volume, onde aparece a figura sinistra de Mordred, filho incestuoso de Arthur e Morgana.
A habilidade de Christian de Montella como autor não é criar ou envolver tanto quanto um Bernard Cornwell, mas o mérito dele consiste em tecer o nexo entre lendas bem conhecidas, dando a sensação de um nexo contínuo, uma linha de tempo consistente entre os diversos fatos. O conto possui elementos que sem dúvida são criação dele, como por exemplo as características dos diferentes feitiços de Merlin, Nimue e Morgana. É também mérito dele distorcer certos fatos das versões mais tradicionais como a de Chrétien e a de Malory para justificar fatos ou condutas dos personagens em determinadas situações. Me desculpem por ser tão vago nas descrições, mas não quero estragar a leitura de ninguém, conhecendo as lendas ou não...
Como disse acima, este livro é sobre Perceval, no mesmo tom que o primeiro livro falou sobre Lancelot com base na história do Cavaleiro da Charrete. Perceval é um dos poucos cavaleiros que teve sucesso na procura do Graal; sua história é muito parecida a do Galahad, onde em alguns pontos os textos confundem um com o outro.
O Perceval de Montella não é muito mais do que um garoto rústico que vive em um bosque (a tal da Floresta Encantada), até encontrar com cavaleiros e decidir que quer ser como eles, onde parte em uma busca pessoal até se sagrar cavaleiro. O caráter rústico (bah, tosco) do Perceval é muito bem descrito neste livro; em alguns momentos bate um sentimento de pena, vemos nele um coitadinho, inocentão demais, todo isso culpa de uma mãe superprotetora, mas não vamos fazer uma análise psicológica, né? Não é minha praia. Meu mundo é nos castelos (embora Camelot ficava beirando o mar...)

Recomendo Sim

O que li até agora foi muito gratificante. O texto flui naturalmente, os personagens são bem ricos e humanizados, o que sempre foi a maior marca da lenda arturiana. Um mundo de fantasia com personagens como a gente.
Claro que é interessante ler o primeiro volume antes deste, mas quem pegar fora da ordem não vai ficar sem saber como as coisas aconteceram. O prólogo serve bem ao seu propósito, e pouquíssimas por não dizer nenhuma referência acontecem aos fatos do primeiro volume. O que realmente fará diferença entre quem lê o segundo volume antes do primeiro é uma percepção não tão rica dos personagens quanto a que tem quem lê os volumes na ordem correta.
Para quem conhece a história do Perceval, ainda assim é uma releitura interessante, com novos elementos e até um certo ângulo diferente de visão. Façam bom proveito, e quem tiver "tela" pode fazer como fiz, comprar logo os quatro volumes e estocar antes que fique difícil achá-los. Pelo que li até agora acho um bom investimento :-)

Até a semana que vem, e vamos ver o que sai do poll!!!



2 comentários:

Anônimo disse...

Boa recomendação. Já fui ver os precinhos no submarino, mesmo sabendo que sóoo daqui uns 400 anos eu vou conseguir colocar minhas leituras em dia =)
Minhas aulas tão bem, ontem foi mais chato pq eu dormi de madrugada e estava morrendo de sono, heheheh. É mais interessante pelos conceitos aplicados às obras, do que as obras em si =)
Beijos!!

Pedrita disse...

nem me fala, ando trabalhando muito tb. estou adorando ter o domingo de folga. eu sempre acho que a leitura que flui melhor é aquela que temos mais identidade. já amei livros que outros empacaram e vice-versa. beijos, pedrita