Discurso Corporativo

Na hora do cafezinho...


-Vai demorar muito na reunião?
-Não, são só 40 slides no Powerpoint.

Estava aqui eu, sem assunto para o blog (na verdade, nem era falta de assunto, era mais falta de estudo sobre o que queria falar), e decidi dar uma olhada no google para ver que links achava no Brasil sobre o Rei Arthur. Não mudou muita coisa desde que comecei a postar, ainda posso me considerar o texto mais completo e detalhado sobre lendas arturianas. Em alguns casos, existem até textos interessantes, mas sempre apontando a espiritismo, druidismo e outros "ismos".

Não é com a intenção de fazer propaganda nem nada, mas caí no site de uma empresa de palestras corporativas, daquelas que borrifam todo o jargão corporativo como:


  • Procurando novos desafios
  • Metas estratégicas
  • Valor agregado
  • Excelência operacional
  • Paradigmas, targets, score-cards based, key holders...

Sempre achei uma sofisticação desnecessária, afinal enrolar o discurso geralmente aponta mais falta de conteúdo do que talento na eloqüência. Não há palavras novas, apenas definições rebuscadas. Eu passo mais tempo lendo as entrelinhas desses discursos do que prestando atenção, mas tem gente que acha bonito.


Então, esta empresa organiza atividades para grupos, como corridas de carrinhos, balonismo, paintball (?!?!), e entre tantas coisas, eles criaram um evento sobre o Rei Arthur. Quando vi o vídeo não sabia se rir ou lamentar pelo chute no fígado. Os atores até que fazem um trabalho legal, mas me imagino rindo da cara de todo mundo ao ouvir coisas tão descaracterizadas como por exemplo:


(Merlin)- Não seja assim Mordred! As lideranças do século 21 brilharão pelos seus principios, não pelo carisma.


(Lancelot)- Porque um verdadeiro lider sustenta uma parede (O QUEEE????)


(Cavaleiro X)- Concordo, nós não temos uma boa liderança, nossa parede sempre está caindo (MAS ELE QUER UM REI OU UM PEDREIRO????)



Parei de ver o vídeo no meio, digamos que foi quando meu espanto diminuiu. Eu já fiz dois posts comentando sobre a popularidade da lenda arturiana, mas isso já é um abuso! Queriam brincar de cavaleiros, tá ótimo, mas precisavam pegar o Arthur para isso?
O Rei Arthur é um dos maiores símbolos de liderança, o que explica o motivo da escolha. Um rei admirado, querido pelo seu povo e seus cavaleiros, e respeitado pelo seu carisma. Mesmo assim, foi ferido de morte por um dos seus próximos, traído pela mulher e o império dele ruiu com sua morte. Belo exemplo corporativo, né? Tenho certeza que todo lider empresarial espera um final desses...



Semana que vem: O Cavaleiro sem Nome

Dark Age of Camelot

Nota 1: Estou com uns rolos pessoais que me deixaram desanimado, e por isso o post deste fim de semana vai ser curto. Mesmo assim, espero que curtam ele tanto quanto eu em fazé-lo.

Nota 2: Mudei o vídeo (21/10/07 20:17), simplesmente arrumei umas coisinhas nas legendas e acrescentei uma subliminal no fim, hehe... Além disso, botei alguns links que esqueci. Definitivamente não estou com a cabeça no meu normal.

As Aventuras de Wallaceth

Pegando carona nas telinhas do Diablo II do post anterior, venho contar que andei jogando o Dark Age of Camelot, um jogo online que pega os tempos obscuros que viriam após a morte do Rei Arthur. Avalon cai sob o dominio de invasores, a lenda se mistura com as lendas celtas e nórdicas, e Albion (o país onde fica Camelot) ganha novos aliados e inimigos.

O nome acima é o nome do meu personagem, um Inconnu atualmente no nível 20 e pouco, e que deve chegar em algum momento ao nível 50 (o maior dentro do jogo). Ainda estou conhecendo o mapa, os poderes e os comandos do teclado, mas estou pegando a manha do jogo.
Conheci uma turma boa de jogar, um clã conhecido como Master Raiders. Eles me convidaram para jogar junto, e graças a eles conheci um monte de cenários que ainda não poderia conhecer por causa de meu nível. Digamos que quase me levaram de mãos dadas.
A graça de jogar em turma é a coordenação de um grupo: há atacantes, defensores, pessoas que se encarregam de sarar as outras, pessoas que ordenam o grupo... é bem curioso, e ao mesmo tempo tem o gostinho de estar jogando com pessoas, o que torna tudo mais interessante.

O que tem isso tudo a ver com o rei Arthur? Vejam o vídeo.







Tive um esforço razoável para fazer as legendas; agora entendo pelo que passam as pessoas que fazem legendas de seriado. Posso dizer que finalmente escrevi uma, mesmo que para um vídeo curtinho.


Até a semana que vem!

Como não fazer um filme arturiano

A Última Legião. Ainda bem que foi a última.


Marion já falou deste filme que vimos na semana passada, mas agora é minha vez, seguindo a deixa dela sobre imprecisões históricas e tal.
Falta de roteiro, falhas na atuação, escalação ruim de atores, nítida pobreza de cenários, coreografias e vestiários fazem de "A Última Legião" um filme lamentável. Paguei para ver, afinal é um filme arturiano, mas não passa de uma sessão da tarde. Pena, porque o trailer era realmente inspirador.

A intenção do filme é mostrar de onde veio a espada Excalibur, e mostrar que ela é anterior à lenda do rei Arthur. Mesmo quando o principal elemento do filme seja a espada, é visível a falta de esforço para levantar e movimentar todas as armas do filme; simplesmente são leves demais, e isso prejudica a credibilidade. É ridículo ver uma espada que tem praticamente o tamanho de um claymore irlandês ser levantado como nada por uma criança franzina.

Este filme pega o mesmo momento histórico de outro filme, "King Arthur". A diferença é que no primeiro temos um nítido líder carismático, que repele a invasão saxônica na batalha de monte Baddon. Já em "The Last Legion", temos um líder desinteressado, interpretado pelo namorado da Bridget Jones, e onde parece que todos os atores sabem desse seu passado nebuloso. Ao mesmo tempo, ele tem que aturar um pirralho que se acha superior a todo mundo, e que não é capaz de se defender nem de inspirar ao menos um sentimento de carinho para protegê-lo com motivo. Dá vontade de que ele caia nas mãos do inimigo, os Cotos (que tem a função de interpretar os bárbaros da vez).


Roma. A Cidade Mutante.

A capital do Império Romano atingiu uma população de mais de 1 milhão de habitantes, isso no século V. Pode não parecer muito, mas a próxima cidade em atingir esses números no mundo só conseguiu este fato no século XVIII. Era uma cidade suja, fedida, grande (que coincidência... parece onde moro hoje). Eles inovaram o comércio por terra com suas estradas, que tinham o detalhe de colocar pedras enormes aos lados do caminho para evitar que as carroças ficassem com uma roda pra fora, lamaceando a estrada inteira. Digamos que inventaram a lombada no acostamento.

Os erros que me incomodaram sobre Roma (especialmente considerando que Italia está entre os paises da produção) são basicamente estes:

A moradia do César era o lugar mais privilegiado da cidade. Ele ficava próximo ao Senado, onde longos debates aconteciam na presididas do governador supremo. No filme, após algumas cenas, você descobre que a casa imperial fica logo após o portão da cidade. Isto é um despropósito em vários aspectos:

- Segurança nula.
- Trânsito constante de mercadorias pelos portões.
- Distância até o Senado e o Coliseu, por não falar dos templos.

Outro erro terrível acontece em características mais particulares da cidade. De fato as casas tinham telhas, mas não eram de barro pré-moldado industrial:

- Cara, maneiras essas telhas da tua casa!
- Gostou? Comprei na internet. Entregaram e instalaram. Depois te passo o site...


Um Épico.

Todo filme que aspira ser um épico precisa de elementos marcantes, particularmente no quesito cenários. Como é de se esperar na falta de orçamento, esta é uma das falhas mais miseráveis do filme.
Começamos pela muralha de Adriano, de isopor pintado. Me lembra as obrinhas da minha infância na escola, com o fundo de papelão.

A falta de cuidado fica patente também no fundo azul cretino nos aquedutos romanos. Belíssimo render, pena que tão mal superposto à imagem filmada.

Sabe a sensação de já ter visto determinada cena? Isso se repete, isso se repete, isso se repete. Se repete. A Warner Brothers fez muito desenho animado assim, mas em filme fica estranho. Especialmente quando as cenas são de outro filme.

Lord of The Rings? Não. Aliás, para atravessar os Alpes ninguém precisa de bagagem. Dá para passar a pé na boa.

- Moleque, presta atenção. Essas são as montanhas do SSX3.
- Poxa, é mesmo!
- Legal né?


Inspiração.

Roube (quer dizer, inspire-se nos) cenários de jogos épicos, como Diablo II. Aproveite que é um jogo velho, jogado apenas por milhões de pessoas no mundo todo e com uma das comunidades mais ativas, tanto no site do autor do jogo (Blizzard) quanto em comunidades como o Orkut. Ninguém vai reparar no plágio.


Para quê parar com os cenários, se você pode também plagiar os personagens e suas fantasias??? Olha só essa amostra 3-em-1:

Temos 3 personagens. O guerreiro namorado da Bridget, um Merlin/Obi Wan/Pai-de-Santo, e uma mulher guerreira. O que temos no jogo? Exatamente os mesmos personagens.

Eu não podia deixar de mencionar o mantra repetido até o cansaço, "até o último suspiro" traduzido porcamente. Nada como uma singela homenagem ao "nós andamos" do 300 de Esparta.

Aliás, já copiado o cenário e as fantasias, por quê não as armas?? Imagina se ia deixar isso de fora... Olha só o Katar selecionado em verde, e o que nossa "assassin" está usando no filme:



É pura coincidência que tanto no jogo como no filme sejam duas personagens mulheres, com conhecimento de artes marciais, usem katars e armas a-la-Wolverine, e ambas sejam definidas como assassinas ou mercenárias? Eu não acho.

Resumindo...

A cara do Merlin no começo do post reflete bem a sensação do público.

"Hein?"

Ainda assim, o filme joga no fim apenas uma pontinha do que poderia ter sido, mostrando um jovem Arthur, acompanhado por Merlin como mentor, e com uma cumplicidade carinhosa entre eles. Essa curta cena que parece um extra do filme, logo no fim, mostra como esta outra criança consegue ser tão mais simpática, fazendo o público gostar dele quase de imediato.

Me resta esperar por um bom filme arturiano como foi Excalibur de 1978 ou as Brumas de Avalon (minissérie para TV), ou vou ter que virar diretor de cinema e fazer meu próprio filme. Seria muito legal que alguém pegue os textos do Cornwell, também mostrando um Arthur meio-romano no século V, e faça um filme à altura que as épicas histórias arturianas merecem.
Produtores: Parem de nos enrolar e façam logo um bom filme!!!

Eta feriado bom... O post só saiu hoje!!!




Arthur é pop sim!!!

Para quem lembra de um dos meus primeiros posts, vai um bis atualizado. Estão rolando algumas coisas interessantes relacionadas ao rei mais justo como nunca houve outro...

Graal - O Cavaleiro Sem Nome - Volume 1


Livro de Christian de Montella, trazido ao país pela editora Bertrand Brasil. Mais um romance francês, porém escrito a bem menos tempo do que os de Chretien. Ainda não comecei a ler, mas parece um resumão de histórias arturianas, entre elas a do anão da charrete (que contei nos últimos dois posts), a do rei pescador, a famosa espada na pedra... Este é o primeiro livro de uma saga que já vai pelo quarto, mas fiquei sabendo dele somente agora. Não é de se espantar, afinal ao conferir a data do livro vi que foi impresso neste ano mesmo. Se achar interessante, vou atrás dos outros livros também.
Teve uma outra coleção, do T. H. White, que era quase um Harry Potter arturiano, com direito a coruja e tudo, mas achei muito fraquinho e preferi não continuar com a coleção (especialmente depois de me encantar com os textos do Bernard Cornwell, que não consegui abandonar). Lerei e falarei. Me aguardem.

Avalon High

Romance à la Bridget Jones, Avalon High pega carona na lenda arturiana da mesma forma que Artur e dona Guillotine fizeram na já comentada novela Pé Na Jaca. Acho que o nome da novela correspondeu às minhas expectativas, mas isso não vem ao caso.
Acho bem pouco provável que venha ler esse livro, pelo menos em formato livro (ele também foi publicado em formato mangá, que pode render alguma coisa interessante). Mas para não ficar em nada, vai a resenha que vem na contracapa do livro, copiada de tudo quanto é site de venda online que fez o mesmo com a capa:
Avalon high' pode não ser exatamente o lugar onde Ellie gostaria de estudar, mas até que não é tão ruim assim. Uma escola americana normal, freqüentada pelos mesmos tipos de sempre - Lance, o esportista; Jennifer, a animadora de torcida; e Will, o presidente da turma, jogador talentoso, bom moço... e muito charmoso! Mas nem todos em 'Avalon high' são o que parecem ser... nem mesmo Ellie, como ela logo vai descobrir. Depois de um esbarrão durante uma corrida no parque, os destinos de Ellie e Will parecem estar irremediavelmente entrelaçados.

Ela começa a notar uma série de estranhas coincidências entre o seu cotidiano e a lenda do Rei Arthur - nomes similares, triângulos amorosos, sociedades secretas - mas qual seria seu verdadeiro papel nessa história? Como em Camelot, estariam seus novos amigos fadados a um trágico destino? E pior, o que ela pode fazer para impedir que uma profecia milenar se cumpra mais uma vez? Misturando fantasia, história e romance, Meg Cabot acerta mais uma vez.

Será que acertou? Aliás, acertou o que mesmo??

Interessante também a troca da arte de capa (afinal, aqui tinham que colocar o "Lance" jogando bola), e a omissão do resto do nome, "Coronation: The Merlin Prophecy". As editoras tomam decisões curiosas as vezes. Tudo bem, esta é a capa do mangá.

Para sentir o gostinho, vai uma página.

The Last Legion


Ah, épicos... Novo filme nada divulgado, ainda em cartaz, conta a história do último emperador romano que foge para uma ilha, onde conhece um mentor ao melhor estilo Obi Wan Kenobi, uma guerreira e uma lenda sobre uma espada na pedra.
O trailer é muito empolgante. A crítica massacrou o filme, mas não estou nem aí para isso. Vou pagar para ver, e depois conto para vocês se chorei de emoção ou de raiva.

Somente não entendi porque o site oficial do filme é russo...

Sim, post curto este... afinal meu exagero da semana passada deve ter cansado a turma, quando percebi o texto estava enorme, hehe!