O Reino Nas Minhas Mãos

A Electronic Arts lançou mais uma nova iteração da sua franquia "The Sims", provavelmente o jogo mais vendido na história do videogame por seu apelo com qualquer tipo de jogador, seja homem, mulher, criança, adulto, jogador casual ou frequente. Este novo jogo é completamente independente dos outros da saga, portanto não requer nenhum dos pacotes anteriores. O novo Sims ganhou o nome de "The Sims: Medieval", e seu nome eis a razão óbvia para ganhar um post no blog.



Não vi o jogo para venda nas lojas ainda, mas pode comprar online como dowload direto (o que tenho preferido ultimamente para comprar jogos). A vantagem dos jogos comprados desta forma é que você pode fazer download do game quantas vezes quiser, onde precisar. Nunca mais você perde uma mídia, um CD ou DVD, um número de série... Basta entrar com o seu login, e se precisar baixar o jogo inteiro de novo. Além disso, nunca mais tive que colocar um CD ou DVD no leitor para rodar o jogo. Simples, prático, direto. Finalmente esse modelo de negócio chegou, e veio para ficar. Abençoados os que tens banda larga, pois vos a usareis.

Antes de falar do The Sims Medieval, vou fazer uma pequena introdução aos jogos deste tipo. Duvido que a essa altura do milênio exista alguém que ainda não tenha jogado ou pelo menos visto os jogos dos Sims, mas como resumo da história é como jogar de casa de bonecas, só que legal. Quer colocar fogo na casa? Deixa um personagem cozinhando sem experiência.Quer ver os bonequinhos ficarem loucos? Apaga a porta do banheiro. E por aí vai.

Particularmente, uma das coisas que sempre gostei do The Sims são os módulos de construção. No fundo, todos tem o sonho da casa própria, e no jogo você pode brincar de construir desde casas simples até verdadeiros palacetes de vários andares, usando uma interface bem simples e rápida de aprender. Passava muito tempo brincando com Marion nesse jogo, nos brincávamos juntos na mesma máquina. Eu gostava de reformar as casas, e deixava com ela a interação com os personagens (chamados de "Sims"). Dá para fazer famílias inteiras, e nas versões dos jogos que tem vizinhanças, você popula cada uma das casas com uma família e elas interagem como vizinhos, se visitando e ficando amigos com o tempo. Reflete bem o espírito de morar em casa, onde todos os vizinhos se conhecem. Para quem mora em prédio, sabe que a situação é um pouco diferente, mas ainda assim a receita da amizade é a afinidade.

Por causa desse recurso de familias e bairros, muita gente opta por reproduzir as famílias de seriados e novelas; fica muito engraçado criar personagens com semelhanças físicas aos personagens de seriados, e colocá-los para interagir em situações do dia a dia, como pegar o jornal ou fazer ginástica na frente da TV. Imaginem só, fazer a Liga da Justiça ou os X-Men dentro de uma casa, parecendo mais o Big Brother do que heróis... o jogo fica hilário!

Agora que "nivelamos" o conhecimento sobre The Sims, posso contar um pouco melhor sobre o TSM (The Sims: Medieval) e suas particularidades. Nesta nova versão, temos a oportunidade de erguer um reino medieval fictício do zero, onde controlamos personagens decisivos na trama. As decisões de cada personagem mudam o rumo do reino, influenciando a situação com os reinos vizinhos, passando da diplomacia e amizade para uma declaração de guerra em poucas jogadas. 

A interface do jogo continua bem parecida às versões anteriores, com apenas algum outro botão novo para dar acesso às novas funções. A mudança mais radical é no fato de acompanhar o Sim o tempo inteiro durante sua jornada; nas versões anteriores, os Sims ganhavam profissões e "iam trabalhar", sumindo por algumas horas e voltando depois com o dinheiro do dia. Neste novo jogo, seu dia inteiro é seguido de perto. O monarca tem que escrever leis e ouvir as reclamações e pedidos da plebe, os vendedores tem que abastecer suas lojas e vender, e assim por diante. O jogo coloca um Sim específico (criado pelo jogador ou usando algum dos já prontos) na responsabilidade de uma propriedade, e com isso ganha sua profissão e obrigações diárias (seja como rei, espião, guerreiro, vendedor, ferreiro, etc..). Estas obrigações são críticas para o bom andamento do jogo; se deixar as mesmas de lado, simplesmente a mecânica inteira do jogo confabula para garantir a falência do cidadão em questão. Voltando um pouco, cada dono de propriedade é chamado de "herói". Assim, cada Sim que tem uma profissão e é controlado pelo jogador ganha o título de herói, e pode desenvolver pontos dentro da sua carreira, que facilitam as tarefas a longo prazo. Requer um pouco de estratégia e disciplina, mas sem tornar o jogo chato. Pelo contrário, posso dizer que a obrigatoriedade de certas atividades torna o jogo mais interessante, mais coeso e menos largado do que edições anteriores. Estas obrigações podem fazer-se a qualquer momento, mas como requerem um certo tempo para concluí-las é bom não deixar para muito tarde. Fora isso o jogo dá a costumeira liberdade de fazer o que tiver vontade, literalmente.

O visual do jogo, desde a interface até os cenários, roupas e móveis, seguem a linha medieval da proposta. Quem conhece os jogos anteriores vai se deliciar com as sacadas da adaptação ao mundo medieval, como o diamante do status encravado em ouro. A música, completamente instrumental e
fortemente inspirada em cordas e metais e sopros acerta o tom em cheio.

Outra coisa que considero um acerto no jogo é a simplificação na criação do Sim. Ficou muito mais rápido, sem ter que mexer em pontos por signos do zodiaco nem outras firulas. Simplesmente, você escolhe duas ou três características da conduta (inclinadas para o bom ou ruim), compõe a aparência e vai pro jogo. Falando na aparência, acho que podia ter mais opções de indumentária. Acho que as roupas ficam cansativas bem rápido; provavelmente seja uma jogada do fabricante para vender pacotes de ampliação.

Agora, resumindo e para encerrar: ambientada na Idade Média, este novo Sims tem tudo para virar um sucesso como os anteriores. As novidades do jogo são bem-vindas na sua maioria, e continua divertido mesmo depois de tanto tempo. Para quem gosta da saga, é uma ótima pedida.

Para Geeks: Encontrei um ponto negativo no jogo em relação a um velho defeito já conhecido do jogo, e que não foi resolvido até hoje; é um problema técnico, portanto me desculpem se o papo ficar muito chato. O jogo não tem nenhum limitador interno de velocidade de vídeo, portanto pouco importa se você tem uma placa de vídeo boa ou ruim, ele sempre vai exigir o máximo dela. Isso implica que nos computadores de alta performance, as placas de vídeo literalmente fervem. Eu sempre deixo um termómetro ligado (o MSI Afterburner) para checar a "saúde" da minha placa de vídeo enquanto jogo, e reparei que a placa chega a absurdos 93C ao jogar The Sims. Como referência, o jogo mais exigente que usei até hoje foi o Crysis, que chegava a 82C. Por mais que a placa diga que funciona legal até 105C, com certeza afeta a vida útil da placa. Depois de investigar este problema, vi que é uma coisa que a EA não resolveu até hoje, e atormenta desde o primeiro The Sims. Tem várias soluções para esse problema: a mais simples é configurar a placa de vídeo com VSync ligado, o que trava o vídeo na velocidade do monitor (geralmente 60 quadros). Se isso não funcionar, podem usar programas externos que se sobrepõem às configurações da placa. Alguns são muito velhos e não funcionam, mas um que posso recomendar (foi o que usei) é o SSAA Tool. Para quem conhece um pouquinho é bem fácil de configurar, e permite outras opções como forçar o Triple Buffering ou mesmo o SSAA. Depois de instalar este programa e configurar como queria, posso rodar o jogo em 30 quadros a mais do que saudáveis 45C, ou aumentar para 60 quadros, o que deixa a placa em 70C, a média para os jogos que uso normalmente. EA, vê se arruma esse negócio e pára de fritar os computadores dos teus jogadores!

Até o próximo post!