Antes que fiquem tristes (ou contentes, depende), os posts sobre filmes NÃO acabaram. Mas devem entrar em pausa um pouco, até ter tempo de novo de rever os filmes, livros e material para escrever os posts do jeito que gosto. Não quero escrever por escrever, se é que me entendem. Sou exigente comigo mesmo, e o resultado transparece em muitos e muitos posts que apareceram por aqui ao longo desse tempo, e a prova são as mais de 15000 visitas até hoje.
Antes de contar o que tenho pra dizer hoje, quero agradecer à Mara Sop por ter achado esta preciosidade. Sem a colaboração dela provavelmente este achado nem teria passado pelo blog... Obrigado!!!
Antes de contar o que tenho pra dizer hoje, quero agradecer à Mara Sop por ter achado esta preciosidade. Sem a colaboração dela provavelmente este achado nem teria passado pelo blog... Obrigado!!!
Ele Está Entre Nós
O senhor acima não é o Inri Cristo, mesmo com as semelhanças visuais e teológicas. Este homem, nascido em 1954 e batizado como John Rotwell, é o Rei Artur reincarnado. Pelo menos, é o que ele conta pra gente. Deixa explicar direito, ou quase:
Eis que ele estava nos idos 1976 fazendo vai saber o quê em Stonehenge, e segundo ele recebeu uma revelação divina, contando que na verdade sua alma era a do rei Artur, e essa revelação só podia acontecer em Salibury, no círculo de pedras. Gostaria de lembrar a vocês que isto NÃO é ficção... ao menos para ele.
Eu imagino o afastado, o ermo que era o local onde estavam as pedras em 1976. A falta de qualquer coisa perto. A magia de um lugar tão antigo. A quantidade de hippies que não deviam se juntar para "viajar" juntos, nesse umbigo do passado. Imaginem o tiozinho acima de faixa elástica arco-íris na cabeça, regata colorida com os pêlos do peito querendo fugir dessa roupa por todas as bordas. O cabelo e a barba encardidos, a fragrância de mais um monte de gente sem banho. As baforadas verdes no ar, combinando com a grama do curto verão inglês. E surge o diálogo.
- John, saca só...
- ...
- John...
- Soooôôô...
- Chapa, tá tudo bem?
- Bixo... eu vi o ceú agora... é lindo meu...
- Mas tá de noite...
- É... cara...
- Que foi...
- E sou o Rei Arthur cara!
- Tá, beleza.
Assim, surge uma personalidade da mídia britânica, o Arthur Uther Pendragon. Autodeclarado druida e fundador da Loyal Arthurian Warband, vive de favores, viajando de um lado a outro e angariando seguidores. Este sujeito foi até candidato a algum cargo no governo, onde conseguiu menos de 600 votos. Para meu espanto, de fato ganhou alguns votos. Como comparativo, aqui no Brasil o Enéias levou 1 milhão e meio de votos, e não tenho certeza qual dos dois é mais idôneo para o cargo.
O que mantém nosso mais novo herói británico ocupado estes dias é uma disputa judicial, que na verdade já perdeu e se recusa a atender. Há mais de um ano ele se plantou no terreno ao lado do local de Stonehenge (onde os turistas podem estacionar e acampar), e mantém um protesto pedindo a queda das grades que protegem o local, para que os turistas possam se aproximar do local e tocar nas pedras. Segundo ele, é um local público e isso não pode ser negado aos visitantes.
Para ser o loquinho que é, até que concordo com a idéia dele em termos. O problema é como proteger um patrimônio desses, porém, também tem que pensar na segurança das pessoas. Sempre vai ter o idiota que vai querer subir nas pedras, o idiota que quer gravar um coração com as iniciais do seu amor, e o que é apenas um vândalo. Eu acho que as grades protegem esse patrimônio de nós mesmos, e para que algum dia todos possamos visitar o local e nos maravilhar com a grandiosidade de uma obra tão antiga. E quem sabe, receber a mensagem de que somos Perceval, Gawain ou outro grande cavaleiro e nos juntemos a John e sua cruzada maluca.
Até a semana que vem! Espero!
4 comentários:
Oi Wally,
há maluco para tudo não é? Veja bem, eu sou o rei Arthur reencarnado! Zueira! (péssima piada).
Mas até que eu concordo com ele. O Stonehenge é um patrimônio da humanidade, e possui uma característica mágica, deveria mesmo ser possível o contato com ele (monumento) de todas as formas possíveis, para criar uma real conexão com o nosso passado.
abraços
Tu gostou do link? kkkkkkkkkk
Bm eu ri horrores, e já deixo claro que não preciso ir à Inglaterra pra descobrir que fui Morgana, Guinevere e Isolda! Todas numa vida só :P
Figuraça hein? Tem encarnação de tudo, pq não teria um Arthur? hehehe... ah, nada como um povo mais evoluído pra não eleger um cara desses... em Itu, o Raul Seixas foi o vereador mais votado (não lembro se na ultima eleição ou penultima). E sobre proteger o patrimônio, é claro que seria ótimo um contato pele-pedra, mas infelizmente o ser humano não tem, em grande parte dos casos (ainda mais juntando turistas do mundo todo) educação suficiente pra apreciar um patrimônio sem depredá-lo. Seria triste ver uma obra que resiste a tanto tempo sendo depredada,mesmo que seja só acúmulo de lixo em volta ou algo do tipo. Outro dia vi uma reportagem dizendo que aqui no Brasil uma gde parte dos sitios arqueologicos com pinturas rupestres estao pichados... não dá pra recuperar nunca mais!
Beijos!!
@Arthur: é, piada ruim.. heehee! Eu entendo o lado do cara, mas enquanto continuar bancando essa palhaçada ninguém vai levar ele a sério. O correto seria apresentar um projeto que mostre como os turistas poderiam se aproximar mais das pedras, mas ao ser um local arqueológico é arriscado. Ainda assim, as pirâmides no México, a cidade de Macchu Pichu e tantos outros lugares assim são abertos para visitação, e nem por isso são depredados. Acho que o argumento viria por aí.
Se fosse no Brasil, todas as manhãs iam ter que limpar a pipoca, pinga e bicho morto... Enfim, cada um na sua.
@ Mara: Como não gostar? É a cara do blog! Quem sabe vc não foi de fato alguma lady medieval?
@ Renata: Figuraça é pouco... Como disse para o Arthur, acho que é possível sim aproximar as pessoas, desde que exista controle para que não ocorra depredação. A questão é que nem todo mundo consegue enxergar o patrimônio histórico com o devido valor, e como esse vislumbre do passado é importante para nossa e futuras gerações.
Outro risco é virar o que virou a torre Eiffel, lembrancinha de dois euros e árvore de natal permanente. Fica bonito? Sim, mas imagina as pedras com grinalda de lanterninha...
Obrigado pela leitura e os comentários!!!
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