Rolou

Antes que pensem besteira, vou avisando que o assunto é arturiano, como corresponde ao blog. Eis que finalmente, depois de três temporadas deturpando o mito, o seriado Merlin fez o que posso chamar de o melhor episódio (ou episódios, já que foram dois) de todos os tempos. O final da terceira temporada é simplesmente incrível, arturiano "en las venas y en la sangre". Apareceu tudo o que tinha direito de aparecer, dentro do contexto inventivo do seriado, sendo fiel ao mesmo tempo ao seriado e à lenda em si.

O seriado rendeu uma apoteose digna de filme, onde finalmente Morgana e Morgause tomaram toco, o Cenred virou patê e sobrou um bocado de coisa interessante.

Vamos às imagens:


O Graal. Sim. Finalmente, o Graal. Em toda sua magnificência. Mágico, tão mágico quanto o próprio Merlin. No seriado, o graal garante a vida eterna a quem jogar uma gota do seu sangue dentro dele; o que ninguém conta é que na verdade assim que a gota for retirada do cálice, a pessoa evapora na hora. Ou seja, é uma aposta e tanto... No seriado, esta "feature" do graal foi usada para construir um exército do mal, onde todos os soldados cortaram o dedinho para pingar o sangue dentro da taça, e assim ficarem invencíveis. Claro, no fim basta derrubar o Graal para que esvazie seu conteúdo, e acabou o exército imortal. O drama é chegar até o cálice, protegido por esse exército imortal. Então, como resolver isso?

Fácil, com outro objeto mágico, mítico e poderoso. Este.


Na hora que vi essa cena, disse para mim mesmo, "É ISSO QUE VOU ME TATUAR. PQP." Me diz se tem alguma coisa mais power do que esse momento totalmente Grayskull na lenda arturiana. Ok, quando o jovem Arthur tira a espada da pedra a levanta nem que He-Man, com a exceção que o Arthur era bem macho, coisa que não posso dizer do príncipe Adam. Mas, fazer o quê, os tempos eram outros mesmo. Nos 80, o mundo era gay e ninguém ligava, não é?

Voltando ao que interessa, somente Excalibur, a espada forjada com magia (e no seriado, no bafo de um dragão) é capaz de derrotar um exército imortal. É como Narsil, uma vez que foi forjada novamente para enfrentar o exército dos mortos no Senhor dos Anéis. Mas, o que é uma espada se não tem quem a possa empunhar? Assim, a história do seriado levou o jovem príncipe Arthur e seus mais próximos amigos até um castelo ancestral, onde encontraram mais uma relíquia. 


A relíquia é a mesa, não o tiozinho que está sentado. Estamos falando da távola redonda, onde todos são iguais, e não há cabeceira. Foi nesta mesa que Arthur teve a idéia de tornar cavaleiros esses amigos mais próximos, que estavam com ele à mesa, mesmo sem esperança de vencer. Estavam com ele incondicionalemente, e assim o Arthur os tornou cavaleiros, onde cada um deles, com o tempo, se tornará uma lenda pelo próprio nome.

No fim do episódio, fica com o Merlin garantir que Excalibur não seja usada por ninguém que não a mereça; assim, ele poderia ter ido até o lago e devolvido a espada ao fundo das águas, mas não... O seriado ainda guardava uma surpresa. 


Merlin, usando sua magia, incrusta a espada na pedra, de onde ninguém pode tirá-la. Qual será o destino de Excalibur no seriado? É cedo para saber, já que ainda o Uther vive e não vemos nada que o tire do poder. Mas, sem dúvida nenhuma, a terceira temporada nos deixou todo o tabuleiro pronto para que o Arthur se torne o líder da Britania e Rei de Camelot. 

Gostei demais desse final, tanto que até relevei todos os sacrilégios que o seriado faz, como a Guinevere fulera, o Uther estar vivo nos tempos do Arthur, o Merlin ser pouco mais do que um adolescente... e claro, a espada na pedra ser Excalibur. Porque no fundo, a espada na pedra e Excalibur não são a mesma espada, ok? Lembram?

Com isso, posso dizer que finamente, rolou tudo o que tinha que rolar no seriado. A história foi contada, e o que temos em mãos é um cenário pronto para a revelação de um Arthur pronto para ser rei. O que falta ainda? O Merlin virar o conselheiro do Arthur em todo o sentido da palavra, e grande mago da corte (assim que a magia for permitida, claro). 

Teremos uma quarta temporada? A BBC não disse nada no seu site, mas temos todas as peças para que isso aconteça. Veremos... Afinal, nesta temporada ficou evidente que a BBC está investindo pesado, já que os efeitos, a imagem e a produção em geral ficou muito mais caprichada.


Até o próximo post!

3 comentários:

Gammelo disse...

Nossa Wally,, incrivel, realmente parece um seriado empolgante... entr ana lista dos seriados q vou ver tb.
Poxa Uther vivo? essa é boa...
Boeu nao sou o fa do rei Art. mas adoro a historia contada nas Brumas de Avalon (livros).
Abraçoss

Anônimo disse...

Uau, a temporada já acabou e eu mal comecei a ver! Preciso me atualizar, ainda mais com essa expectativa já que o final parece muito bom mesmo...

Ahhh eu já pensei em tatuar a Excalibur, hahahaha!

Beijos!

Wally disse...

@Gammelo, faz tempo que não te vejo na caixinha de comentários! Então, o seriado é bom, mas tem que assistir de cabeça bem aberta. Ele é inspirado na lenda do Merlin, e assim se dá bastantes liberdades no roteiro; em outras palavras, não pode comparar com a lenda "oficial", ou vai se chatear. Esta terceira temporada ficou muito boa, bem melhor que as outras. Creio que foi num crescendo, algo parecido aos livros do HP que começam bem infantis e depois tomam uma forma mais complexa.
@Rê, desculpa os spoilers! Mas fala a verdade, vai dar uma baita tatuagem...

Obrigado pelos comentários!