O Cavaleiro Errante

Sobre o post da semana passada, o Arthur tinha razão; o quadro está em exibição na galeria Tate, o museu de arte contemporânea e britânica em Londres. A pelada anônima está aí apenas para representar o tipo de aventura que um cavaleiro errante encontrava; as pinturas do John Everett Millais sempre apresentam mulheres, e procuram um tom realista nas cores e formas, figura comum nos quadros de 1800.

O cavaleiro errante do quadro é anônimo. Poderia ser qualquer um, já que na definição, o cavaleiro errante viaja procurando aventuras, desafios, encrencas onde se enfiar para provar sua valentia e mostrar para sim mesmo que é um bom cavaleiro, fiel aos princípios da cavalaria. Isso inclui enfrentar monstros, salvar damiselas, ajudar quem precisa, mas sempre apontando para o lado justo da coisa. Nos tempos idílicos da cavalaria, a coisa era bem preto no branco, o bem e o mal não se misturavam. Claro, só nos livros. Faz bem ter ideais, né?

Errar é humano, é o que diz o refrão. Mas errar, na essência, não é equivocar-se. O termo errar do cavaleiro é vagar sem rumo, sem um destino. Claro, isso pode levar a caminhos errados, mas esse é outro assunto.

O exemplo clássico e ERRADO de cavaleiro errante é o Lancelot. Ele não é precisamente um cavaleiro errante, já que tem seu lugar fixo e garantido na corte do Rei Arthur; ele parte para as aventuras geralmente por causas que geralmente envolvem a própria corte, como quando Meleagrant levou Guinevere. Ele passa por aventuras, mas tem um propósito maior.

Um exemplo de cavaleiro errante CORRETO (no meu ponto de vista, claro) é o Perceval, que viu um cavaleiro quando criança e decide que quer ser como eles, e sai por aí "cavaleirando" a beça. Um exemplo mais aceito academicamente falando é o do Ivain, o cavaleiro do Leão. O conto do Ivain começa com ele já na floresta, perguntando o que tem pra fazer de bom por essas terras. Esse sim é um caso típico de cavaleiro desempregado, buscando o que fazer para provar para sim mesmo que é bom cavaleiro. A imagem ao lado pertence ao conto de Yvain do Chrétien de Troyes, e mostra nosso herói e seu leão amiguinho acabando com a raça do gigante Harpin. Cliquem no quadro ao lado para ver maior, é bem legal!

Gostaram da brincadeira da semana passada? Obrigado por participarem!

Até a semana que vem!

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