Baixando a Fila

Nessa semana terminei de ler o quinto e por enquanto último livro das Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell, intitulado "Terra em Chamas". Já falei desta série de livros algumas vezes no blog, portanto quem ainda não sabe do que se trata poder se informar neste post, e neste também.

Agora comecei minha leitura do Stonehenge, do mesmo autor; vai ser muito interessante ver o que ele construiu em base ao pouco que sabemos sobre essa obra de arquitetura tão antiga e misteriosa. As obras da antiguidade nos surpreeendem, assim como surpreenderam a todos os povos que chegaram antes de nós e que também não conheceram suas origens.

Imaginem só tudo o que a humanidade já imaginou sobre este local mágico. Estas pedras estão lá há mais de 5000 anos... em algum momento, a tribo que ergueu estas pedras sumiu, junto com toda a tecnologia necessária para erguer tais pedras. Sumiu, e levou com ela a sabedoria de olhar as estrelas, e construir um peça de arquitetura capaz de indicar o solstício. Na minha cabeça, uma tribo capaz de construir coisas assim deixaria mais marcas no mundo para encontrarmos como por exemplo outras construções semelhantes ou mesmo casas feitas de pedra, mas nada disso! Se em contrapartida olharmos o Egito, é um país que existe até hoje, com suas monumentais pirâmides. Encontramos no Egito Antigo uma língua escrita por hieroglifos. A desciframos para descobrir grandes nomes de reis e rainhas, tão grandes que ganharam seu espaço na literatura e até no cinema, conquistando novos fãs a cada dia mesmo depois de milênios. Seguindo essa linha, é muito triste não termos absolutamente nenhum registro escrito sobre os criadores de Stonehenge, sobre uma tribo capaz de semelhante compreensão das estrelas e o mundo onde viviam.

Os saxões passaram pela mesma desilusão, com ainda menos respostas do que a gente. Ao vermos os reinos de Wessex, da Mércia, Anglia Oriental e Nortúmbria (os 4 reinos que finalmente formariam Inglaterra), encontramos um povo precário. Pessoas que sobrevivem como podem, criando gado e enfrentando invernos cruéis. Desenvolveram um talento extraordinário na navegação, requisito obrigatório pelas características do local, mas não eram capazes de explicar como apenas 300 anos antes os romanos construiram estradas, casas de banho e belíssimas construções, com colunas monumentais e pisos de cerâmica com intrincados desenhos. Os saxões moravam em cabanas ou mesmo choupanas de madeira, e seus castelos também não passavam de fortalezas de madeira, com piso de palha que fedia e tinha que trocar constantemente. Muitas construções saxãs reaproveitavam  as ruinas das mansões romanas, como por exemplo em Lundene (que mais tarde seria Londres). Ainda assim, os tetos eram feitos de palha e madeira, com todos seus defeitos. Os saxões deviam olhar para as construções romanas, admirá-las, e se perguntarem por quê eles não eram capazes de trabalhar a pedra da mesma forma. Para eles, os romanos só podiam ter a ajuda dos deuses para conseguir aquilo.

Hoje, mesmo fazendo prédios incríveis, túneis que atravessam montanhas ou passam por baixo do mar, e até pontes suspensas capazes de atravessar as margens de qualquer rio, continuamos nos admirando com Stonehenge. Esse é um lugar que não perco de ver. Mas, por enquanto, vou ter que me conformar com ler o livro do Cornwell... Quem tem vontade de ler mais um pouco sobre Stonehenge pode ler outros posts, como este daqui e este outro.

Até o próximo post!

Bricolage

 O termo bricolage vem do francês, e se usa para descrever aquelas atividades de construir ou transformar coisas para uso pessoal a partir de sobras, retalhos e material bruto. Tem um pouco a ver com artesanato, só que a diferença é o tom pessoal.

Quando era criança gostava bastante de bricolage. Acho que todas as crianças devem gostar, afinal, o primeiro que aprendemos na escolinha é colar papel, pintar, desenhar, e montar coisas com nossas mãos. Muitas vezes pegava as caixas que sobravam dos remédios para fazer brinquedos; forrava com papel, cortava os quadrados onde iam as janelas, pegava uns botões ou cortava círculos com a sobra dos quadrados das janelas e colava no lugar das rodas, e pronto, tinha um caminhãozinho, uma kombi, ou o que viesse na cabeça.

Foi por volta dos 8 a 10 anos de idade que ganhei um kit de tijolinhos, como se fossem da lego, só que nacional, que na livre tradução chamaria de "meus tijolinhos". O kit estava inteiramente focado a construir casas, sobrados e etc, e por isso vinha com janelas, portas e telhas já prontas. O telhado eram duas láminas de papelão forradas em plástico com uma dobra no meio, como se fosse um livro de capa dura porém sem nenhuma página. Brinquei muito com esse kit; de criança tive bastantes problemas de saúde, e por isso não brincava muito na rua, ao menos não tanto quanto outras crianças. Não posso reclamar, me diverti muito e aprendi muita coisa também. Explorei muito minha criatividade, e com o tempo o kit que era para fazer casas via nascer carrinhos, aviões, ou coisas mais complexas como um parquinho com direito a carrousel, ou um taxi espacial. Foi meu jeito de ter todos os brinquedos caros que via nas propagandas, e ainda com o gostinho de saber que fui eu mesmo que fiz. 

O legal é que minha criatividade não se limitava aos tijolinhos, e assim com a habilidade manual ganhei talento para mexer com ferramentas, e foi questão de tempo para que fizesse alguns brinquedos de madeira. Lembro muito bem de uma fase onde gostava de brincar de guerra, talvez pela quantidade de filmes e seriados da época onde todo mundo atirava em todo mundo e ninguém se machucava. Fabriquei uma espingarda com sobras de madeira e ferro, e embora era muito feia e tosca eu achava idêntica aos filmes. Depois desmontei e virou lenha, por decisão minha mesmo. A madeira estraga, e usei os ferros em outros brinquedos, e as vezes para consertar coisas de fato.

Hoje vivemos num mundo muito conveniente; práticamente tudo o que podemos precisar e o não precisamos já foi inventado, e tem alguém vendendo barato, tão barato que nem compensa pagar os componentes para fazer. Mas, mesmo assim, ainda tenho meu fascínio por bricolage, e volta e meia me pego fazendo alguma coisa aqui em casa. As vezes é simples, como fazer um ajuste em uma tomada ou um cabo que não está certo, e as vezes é tão complexo quanto fazer uma gaveta para um móvel que não tem nenhuma (e adaptar as portas, ferragens e etc). Eu sei que quando falo de mim fujo um pouco do propósito do blog, mas neste caso há uma razão para contar isso tudo.
 
 Há um par de semanas encontrei o blog de uma garota que gosta de jogar videogames, chamado Whisky Tango Foxtrot (é.. atenção à sigla). Neste post ela conta que um casal de amigos tiveram filhos, e ela decidiu dar um presente bem nerd/geek para as crianças, mas que ao mesmo tempo fosse bem de criancinha. Assim, decidiu usar suas habilidades com a tesoura, comprou uns tecidos muito bacanas, e fez duas mantinhas super especiais para as crianças. E quando vi o tecido, pensei como são sortudas essas crianças lá fora. Olha isso:


Os motivos do desenho são todos relacionados à lenda arturiana. Se clicam no desenho, vão poder ver em mais detalhes nomes como os de Lancelot, Guinevere, Merlin, a espada na pedra, a távola redonda, os castelos e locais onde todas as histórias acontecem. E assim essas mantinhas juntaram duas coisas que fazem parte da minha vida: a lenda arturiana e bricolage.

Tem gente muito habilidosa, e que fez da bricolage uma profisão, ou mesmo um hobby levado muito a sério. Acho que o caso mais radical que já vi é o Volpin Props, que faz fantasias e armas de videogames e seriados, com um grau de realismo espantoso. Quem gosta de videogame e cultura pop, com certeza vai gostar das criações nesse blog.

Talvez seja minha vez de fazer alguma coisa arturiana. Me inspirar nos dois blogs que comentei, e fazer uma fantasia bem feita, uma espada ou alguma coisa parecida. Imagina só, uma réplica da távola redonda no meio da sala, hehe!

Vocês curtem bricolage? Gostam de fazer suas próprias coisas? Arrumam ou consertam coisas nas suas casas? Comentem! 

Até o próximo post!

Querem ouvir um conto?

Enquanto esperamos pela volta dos seriados que já conhecemos e outros que ainda devem começar, fui checar algumas datas e eis que hoje recomeça o seriado Merlin, pelo menos lá fora. O site do seriado tem ótimas fotos do elenco, organizadas tanto pelo nome do personagem quanto pelo nome de alguns episódios. Quem gostou ou gosta do seriado, não custa nada dar uma visitinha e olhar o que tem por lá.

Foi navegando no site que encontrei um link sobre lendas antigas de Wales na BBC, mas com um detalhe: tudo é contado em desenhos e joguinhos, completamente modelado para crianças. Há belíssimas histórias, como a de Sabrina, que é o nome latino de Severn. Severn é um rio que aparece direto nas lendas de Wales, e assim nas histórias celtas e arturianas. Entre os joguinhos, dá para brincar de montar uma torre, justo por cima dos dois dragões da lenda do rei Vortigern. Lembram? Nesse joguinho minha torre ficou com 26 metros até ruir. Querem tentar e ver que tão alta fica?

Mas, de todas as histórias, creio que a que tem os desenhos mais bonitos é a do casamento de Guinevere com Arthur. Lembra muito os contos antigos, aqueles contos de livros de folhas grossas que vi na minha infância. Foi muito bom folhear esse conto, ao ponto que esqueci por um  bom tempo que estava vendo isto na tela do computador. Quem é ou foi criança, com certeza vai sonhar também com esse conto.

Estas histórias todas são inspiradas de leve nas tantas e tantas histórias do Merlin. Não é a intenção ser fiel aos contos como são conhecidos; apenas se inspirar nas mesmas para contar mais uma nova versão. Afinal, com personagens tão ricos e um mundo tão cheio de aventuras, quem resiste criar sua própria história?

Para todos os que ainda são crianças sonhadoras em algum canto, não percam o site e passem por lá.

Até o próximo post!

Skoobando

Há muito, muito tempo, a Rê tinha comentado no seu blog da época (o Darkflame, hoje extinto) sobre uma rede social chamada Skoob. A idéia por trás desse site e registrar todos os livros que que você já leu, vai ler ainda, largou no meio, etc..

Já com os livros na sua estante virtual, é possível gerenciar detalhes como em qual página parou a leitura, fazer anotações sobre o ponto onde chegou para poder acompanhar depois, ou mesmo dizer se o livro foi ou está emprestado, se quer trocar ou vender, ou se faz parte dos seus favoritos.

Na época tinha me cadastrado, mas o site era bem ruimzinho e não dava para gerenciar quase nada. Mas, esses dias recebi um aviso sobre um sorteio de um iPad pelo site, e como bom curioso fui e me cadastrei de novo; sim, de novo, porque nem lembrava do site. A minha surpresa foi que melhorou bastante, e mesmo com bastantes bugs por corrigir já  é bem mais interessante e principalmente mais útil que a primeira versão que vi.

Voltando no passado mais um pouco, escrevi um post em Janeiro de 2008 onde disse que ia deixar um link com os livros que tenho. Tudo bem que a promessa demorou (mesmo?), mas agora por fim posso dizer que existe uma ferramenta onde gerenciar a leitura decentemente. Ainda estou cadastrando um monte de livros, e até mesmo acrescentando livros ao catálogo do site (por exemplo, a edição em espanhol do Senhor dos Anéis). Mas a cada livro que cadastro, a estante fica mais a minha cara, portanto mesmo que me leve algumas horas para caçar a capa certa ou a edição que quero, acho que é tempo bem investido, até porque assim outras pessoas também podem arrumar seus cadastros, não é? Afinal, uma rede social é isso, todos colaborando. Pelo menos no sentido idealista da coisa.

Querem ver minha estante? Saber o que ando lendo, ou o que vou ler ainda? É só passar pelo Skoob e acompanhar! 

Até o próximo post!