Dragonborn

Depois de escapar da morte em Helgen, me encontrei com Ralof em Riverwood. Na casa onde ficamos, depois de cicatrizar minhas feridas e comer um pouco de pão, parti para Whiterun, onde encontraria a Jalr Balgruuf. Talvez tenha errado ao partir no meio da noite nessas encostas nevadas, onde lobos e bandidos assaltam os incautos. Mas, para o azar deles, meu punhal estava afiado, e minhas flechas encontram os inimigos antes que possam agir.


Essa foi minha manhã de domingo jogando Skyrim, e quem gosta de RPG vai encontrar um prato cheio neste jogo incrível lançado recentemente pela Bethesda. Ambientando na terra fictícia que dá nome ao jogo, você pode ser literalmente o que quiser, pouco importa a raça e o desenvolvimento do personagem. O jogo dá uma liberdade extraordinária na criação e desenvolvimento do personagem. Percebi isso de cara; uma das primeiras missões é se juntar a um personagem, mas ele mesmo sugere que se separem. Fiz isso, e fiquei perambulando nas montanhas por dois dias, desenvolvendo habilidades mágicas e de defesa, antes de encontrar o cara novamente, na cidade que ele tinha falado. Nesse meio tempo, fui atacado por bandidos, animais, e em alguns casos, até encarei o papel de bandido e invadi uma casa em um vilarejo para pegar armas melhores. 

Os desenvolvedores levaram a liberdade de ação no jogo até o limite. A experiência de jogar é fascinante, com espaço para aprender profissões como blacksmithing (forja), ou alchemy (alquímia), apenas por mencionar duas que testei rapidamente. Estou apenas começando, mas sem dúvida o jogo merece a atenção de todo fã de RPG.

O jogo mostra também um trabalho extraordinário nos cenários, ambientados em uma terra que lembra MUITO as lendas nórdicas, assim como as missões e nomes. As paisagens são de tirar o fôlego, e a imersão é total. É muito, muito fácil simpatizar com os personagens e com esse mundo incrível de Skyrim. 

Agora, se me dão licença, preciso voltar a Whiterun, e continuar a saga até encontrar com os dragões... 

Boa semana para todos!

Ao infinito, e além!

Para os que me conhecem fora do blog, sabem que também curto muito ciência-ficção espacial, videogames e seriados. Quando estas paixões se encontram (como na fantástica saga do Mass Effect, ou no seriados Battlestar Galactica e o novíssimo Pioneer One) eu viro fã de carteirinha em um instante.

Fiz uma descoberta este fim de semana totalmente por acaso, que junta praticamente tudo o que curto ao mesmo tempo, e achei pela mais pura casualidade. A história começa com uma visita aos sites da Disney e da Universal, fazendo planos para ir a Orlando nas férias. Entre outras coisas, inclui no roteiro o Medieval Times (óbvio.. imagina se ia perder isso), e o Cape Canaveral, famoso centro da NASA que inclui um centro para turistas com muitas atrações. 

Entre um click e outro enquanto buscava informação sobre o centro de visitas da NASA, cai em um nome que não podia ignorar. Na seção Commercial Space Transportation, tinha esta noticia:


 Excalibur? Tem um projeto na NASA chamado Excalibur? E ainda envolve exploração comercial do espaço? Era um prato cheio na minha frente, e comecei a ler. O tal de CCP é o Commercial Crew Program, projeto americano para financiar a exploração civil / comercial do espaço, o que logicamente pode trazer a renda que a humanidade precisa para continuar sua pesquisa espacial. Digamos, se os governos não destinam dinheiro para essa pesquisa, então cabe aos sonhadores e visionarios que por iniciativa particular podem financiar esses sonhos participar desse grande projeto. Assim, a NASA colocou um pé dentro da história toda, mantendo o interesse militar e governamental que sempre teve mas deixando claro que seu interesse é aportar sua experiência para avançar mais rápido e no rumo certo. Até aqui, o que me veio na mente foi o jogo Mass Effect, onde boa parte do jogo mostra esse lado de exploração comercial. Mas, onde entra Excalibur?

O buraco é mais em baixo.
Aqui que o negócio toma um rumo completamente diferente. Durante a Guerra Fria, a União Sovietica levantou uma questão sobre o uso do espaço para fins militares lá em 1964, e desta discussão saiu o projeto do OPS (Orbital Piloted Station, ou estação pilotada em órbita), e teria o codinome "Almaz" (Diamante em russo). Este projeto super secreto era a resposta ao MOL americano (Manned Orbiting Laboratory). Durante a maior parte dos 60´s, o Almaz ficou relegado a segundo plano, já que o interesse era ganhar a corrida espacial até a Lua. Entre outras intrigas, um rival do dono do projeto do Almaz entrou com outro projeto de uma estação espacial pilotada, mas finalmente em 73 o Almaz colocou seu primeiro objeto em órbita, o OPS-1. O projeto era secreto mesmo entre os militares da CCCP, e se referiam ao objeto em órbita como Salyut-2, para não dar bandeira. Mas, um acidente não explicado deixou o OPS-1 inoperante e despresurizado, abortando a viagem de cosmonautas para seu interior. Em 74, o OPS-2 entrou em órbita também com um falso nome (Salyut-3), e a tripulação do Soyuz-14 passou 15 dias em órbita dentro dele. O Salyut-3 foi desativado e colocado fora de órbita em 75. Outras missões aconteceram e novos módulos entraram em órbita, mas finalmente em 78 o governo sovietico matou oficialmente o desenvolvimento de estações tripuladas. O Almaz teve um downgrade, onde os módulos viraram satélites pesados de comunicações (não tripulados, claro). Décadas depois, a capacidade de telemetria e fotografia do Almaz o tornou interessante como projeto para venda comercial; ou seja, era um bom satélite para uso civil. Embora isto não aconteceu, a divulgação da existência do Almaz despertou o interesse de um empreendedor americano, que pensou no Almaz como um meio levar pessoas comuns para o espaço, e viver a experiência da vida em órbita: surgia assim o Almaz-Excalibur. Para que não digam que estou inventando tudo, as fontes são o site Russian Space Web, a reportagem no mesmo site sobre o projeto e o próprio Excalibur Almaz. Apenas como comentário para se orientar melhor nas datas, a estação MIR teve seu primeiro módulo em órbita somente em 1986, e foi decomissionada 15 anos depois, em 2001.

Enquanto lia esse lance todo do projeto secreto da CCCP, foi inevitável a comparação com o seriado Pioneer One, disponível somente online (é, não passa em nenhuma TV!), e cujo episodio final de temporada está previsto para o 13 de dezembro deste ano. Nesse seriado, o roteiro também gira em torno de um projeto secreto da CCCP no meio da corrida espacial, mas não posso contar mais para não estragar o mistério. 

O que não consegui descobrir é por quê chamaram o projeto de Excalibur. É a força do nome, ou tem alguma referência escondida, escura e supersecreta? Quem ficou com a pulga atrás da orelha nem que eu, me ajude a descobrir! 


Até o próximo post!

Cavalaria era outra coisa!

Que dia é hoje? Dia de escrever no blog. Para minha própria surpresa, mesmo com todos os imprevistos e correria do dia a dia consegui escrever um post todos os dias da semana. Teve posts mais brilhantes que outros, mas em geral mantive a meta: escrever todos os dias. Parabéns para mim mesmo pela perseverança e disciplina, e que sirva de exemplo para quem for adotar o desafio!

Caramba.. Postar todos os dias cansa...
Quero explorar um pouco mais o post de sexta, onde falei da Cavalaria. Como comentei, o Llull fez um texto no século 13, descrevendo os valores da cavalaria. Até perguntei no post o que os leitores achavam que era a Cavalaria e suas regras, o que trouxe respostas muito bacanas. Mas, vamos ver agora a visão de quem vivenciou isso na época "certa". 

Vamos deixar um olho experiente nos ajudar: o texto abaixo é minha conclusão de outro texto, o "Of the Vertues that Apperteyne to Chyvalry" de John Chamberlain, um cavaleiro da era moderna. Como isso é possível? 

John Chamberlain é membro do SCA, o Society for Creative Anachronism.Esta entidade busca recriar o estilo de vida e costumes da Europa Antiga, e assim John (hoje Conde Chamberlain) usa outro nome como cavaleiro: Sir Garick von Kopke. Com isso, ele tornou-se um dos cavaleiros da era moderna, e estudou profundamente os textos antigos para definir o que realmente é a cavalaria. Desses estudos, ele destaca o texto do Llull, que comentei no post anterior.

Não vou nem comentar sobre esse assunto, mas eu sei o que vocês estão pensando, e concordo... Vamos ao poema de Llull.

Knigts ougt to take coursers to juste & to go to tornoyes
to holde open table
to hu(n)te  at hertes
at bores & other wyld bestes
 For in doynge these thynges the knygtes exercyse them to armes
for to mayntene thordre of knigthode Thene to mesprise & to leue (th)e custom of (th)t which (th)e  knygt is most apparailled to vse his office is but despising of thordre
& thus as al these thynges afore said appertyne to a knygt as touching his body
in lyke wise justice
wysedom
charite (/) loyalte
verite
humylite
strength
hope swiftness & al other vertues se(m)blable appertyne to a knygt as touchyng his soule
& therfor the knygt that vseth the thynges (th)t apperteyne to thordre of chyualry as touchyng his body
& hath none of these vertues that apperteyne to chyualry touchyng his soule is not the frende of thordre of knygthode.

Eu sei, é horrível. Mas o que conseguimos tirar deste poema de 1400 e tralalá? Ok, 1483 até 1494.


Habilidade.

Logicamente, a cavalaria vinha de uma ordem militar, a dos homens montados; assim, uma forma de identificar a essência de um cavaleiro vem da sua habilidade no manejo de armas, na sua destreza na luta e na caça. É, por assim dizer, uma forma de colocar ordem na Ordem da Cavalaria.

Coragem.

Essa é bastante óbvia, mas na visão medieval é a coragem de enfrentar situações onde o mais confortável (e seguro) era fugir. É enfrentar o risco de morte (porque à Morte ninguém enfrenta, ela sempre ganha mesmo). Assim, coragem e outra característica que define um verdadeiro cavaleiro.

Honestidade.

A palavra honestidade tem a mesma origem no latim que a palavra honra (Honus), assim honestidade e honra são duas coisas que não podem separar-se. A honra de um cavaleiro inclui sua honestidade, assim como da sua honestidade depende sua honra. Nos dias de hoje temos conceitos separados para estas definições, mas na sua origem são a mesma coisa. Ser honesto é ser honrado, pelo menos para um cavaleiro.

Lealdade.

A lealdade vai de mãos dadas com a honestidade, principalmente por causa de um juramento o de um voto. Assim, os cavaleiros juravam lealdade, o que os tornava fieis seguidores das suas causas, devido à honestidade. Estas juras eram para reis, donzelas, igrejas, desavantajados, o quem estivesse precisando de um "reforço" de um cavaleiro. A jura era a palavra, e a palavra era o contrato. As palavras tinham o mesmo peso de um contrato assinado, assim as juras de cavaleiros eram a garantia. 

Generosidade.

Quando o texto fala de "holde open tables" fala mais precisamente de ser generoso. É dificil ser generoso na questão de posses e bens, mas a generosidade de um cavaleiro consiste em não ser ganancioso. São pequenas coisas, como dar a vantagem da dúvida para um oponente no caso de uma disputa, de um torneio. 

Fé.

A fé tinha um cunho fundamental na era medieval, e assim os cavaleiros participavam de rituais religiosos. Mesmo antes de ser nomeado cavaleiro, todo candidato devia passar uma vigilia em penitência, entre outras provas. Mais tarde, sabemos até que ponto os cavaleiros eram influenciados pela religião por causa das Cruzadas. 

Cortesia.

Podemos entender a cortesia do cavaleiro como um adendo às outras qualidades. É quase impossível imaginar um cavaleiro que não seja gentil e tenha todos os outros atributos que já conversamos. Assim, o trato cordial e respeituoso era outro identificador inequívoco da Ordem da Cavalaria.

Nobreza.

Embora não fosse um requisito exclusivo, era muito raro que alguém sem um título nobre pudesse se tornar cavaleiro. Manter um cavalo, armadura, armas e criados e coisa que só a nobreza e um título forte na família podia garantir. Mas, cabe dizer que em alguns casos, a presença de todos os outros atributos tornavam uma pessoa "nobre" o bastante para ser nomeado cavaleiro, mesmo sem títulos. Se uma pessoa fosse constate nos outros preceitos, podia sim chegar a cavaleiro por seus próprios méritos.


Encerrando...

O conceito do cavaleiro existe na mente popular, mas é dificil criar uma definição exata do que era ser cavaleiro. Mesmo com os conceitos acima, ainda é um exercício mental pensar no que implica cada um desses predicados, mas não deixa dúvidas que não era para qualquer pessoa. Os cavaleiros continuam capturando nossa imaginação e admiração, e sempre vão render um post interessante.

Boa semana para todos!

Cavalaria era outra coisa...

Uma coisa que percebi com o desafio de escrever todos os dias é a mudança nas visitas ao blog. Embora a quantidade de visitas não aumentou (se o fez, foi bem de leve mesmo), os posts mais recentes tem pulado para as primeiras posições do ranking da semana; quer dizer, tem gente do outro lado lendo o que escrevo. Por exemplo você. Eu SEI que VOCÊ está LENDO meu blog AGORA.. 

Outra coisa que mudou foi o quesito comentários. Faz tempo que não vejo tanto movimento nos comentários dos posts, ao ponto que ainda nem respondi por lá. Ainda respondo, tenham paciência!

Finalmente, como emenda ao post anterior, queria comentar uma série de coisas sobre a tal propaganda.

1) Arthur não era um empreendedor. Era herdeiro do trono da Britania, gosta-se ou não do fato. Tanto é que era o filho de Uther Pendragon, coisa que veio saber pouco depois de puxar a espada da pedra.

2) Se eu vejo um monte de marombado puxando um negócio sem conseguir, eu também não ia tentar. Digamos, não é questão de chance; é questão de lógica. Arthur puxou a espada da pedra sem saber o que fazia, ele simplesmente foi buscar uma espada para seu meio-irmão Kay, e achou uma "largada" em uma bigorna na praça. Daí apareceu com a espada, e Kay quis assumir que foi ele que tirou e viraria rei, mas sentiu remorso ou culpa e desmentiu logo, declarando que foi o franzinho Arthur que tirou a espada. Como ninguém botava fé, Arthur teve que tirar a espada da pedra repetidas vezes, sempre colocando-a no lugar de novo e com uma galera tentando tirá-la (em vão). Ou seja, se Arthur tivesse visto todo mundo tentando, é bem capaz que nem tenta-se tirar a espada daí. Foi sem saber, no susto mesmo. 

3) Mais um desserviço da propaganda: os verdadeiros "empreeendedores" da propaganda são os marombados. Eles tentam, forçam, sofrem e se esguelam tentando tirar a espada na pedra, e mesmo assistindo o fracasso dos outros continuam tentando. Ou seja: a propaganda mostra empreendedores falhando, e ainda insistindo em um negócio que não dá certo. Bom exemplo, hein?

Bom, chega de desabafo... acho que passei meu ponto de vista.


Como resta bem pouco tempo para concluir o dia de hoje (e me arrisco a perder o desafio se não postar logo), vou mostrar apenas um site que encontrei, e que pode servir de base para outros posts. Este site é dedicado ao Cavaleirismo, e aos cavaleiros como eram durante o periodo medieval:


Dentro da seção Chivalry vão encontrar algumas referências ao que se considera ser cavaleiro, e as famosas "regras da cavalaria". Cabe dizer que não existiam tais regras, mas há um consenso sobre o que seria este "guideline de conduta" do mundo antigo. Através destes documentos descobrimos uma figura quase mítica, o Ramon Llull, também conhecido como Raymond Lull. Este senhor, nascido em 1232 em Majorca (Espanha) se dedicou à religião, filosofia e poesia, mas tem um destaque especial no catolicismo romano por ter visões do Cristo Crucificado pelo menos cinco vezes. Após sua conversão para o catolicismo, se dedicou ao evangelismo e ensino de idiomas dos infiéis (arabe, basicamente). Embora mais conhecido pelos seus escritos religiosos, o Ramon Llull redigiu no século 13 um trabalho chamado Libre del Orde de Cauayleria, ou livro da Ordem de Cavalaria. Neste livro o Llull exalta as qualidades dos cavaleiros, especialmente a coragem e a fé. Outro documento (neste caso um poema francês anônimo do século 12) ressalta nas qualidades dos cavaleiros a fé (cristã), cortesia, honestidade, e simplicidade, em contraste ao orgulho, retidão (olha só) e lealdade.

Em outro post vou entrar mais a fundo nestas qualidades, mas por hoje é só...

Quais são as qualidades que vocês acham que um cavaleiro deve ter? Além de saber cavalgar, claro.

Alguém chuta? Aliás, será que o desafio do blog acabou?

Por essa não esperava.

Eu até pretendia fazer um post decente hoje, mas vi um negócio na TV que não tive como ignorar. Agora em novembro acontece a Semana Global do Empreendedorismo, um evento mundial que reune... empreendedores. Ou algo assim.

O que tem a ver com a lenda arturiana? A propaganda que fizeram. Olhem só isso.



O que acharam? Da minha parte, só posso dizer o mesmo que digo sempre: o Rei Arthur é pop mesmo!

Agora falta menos para concluir o desafio!

Taliesin

Terceiro post do desafio "Pega teu teclado e escreve, pô!".. Quem diria que ia chegar até aqui? O fato é que hoje, por ser feriado, é bem mais fácil sentar para escrever um post. A dificuldade de hoje não é no tempo; é na procura de assunto. Por mais rica que é a lenda arturiana, ainda assim é dificil falar todos os dias sobre ela. Meus parabéns aos docentes, professores e colaboradores amadores que conseguiram fazer de falar todos os dias o mesmo assunto uma profissão. Eu estou bem longe disso, mas pelas buscas no google e os hits do meu site sei que tem muitro trabalho de escola copiado do meu blog. Professores e alunos são bem-vindos no meu blog, desde que seja para estudar!

Falando em estudar, trago hoje um nome citado em várias fontes: Taliesin. Em alguns livros Taliesin é associado (de forma fictícia, puramente poética) com Merlin; é como se Merlin fosse o nome, enquanto Taliesin é um título, um cargo a desempenhar. Posso estar enganado, mas acho que foi o Bernard Cornwell que usou dessa forma (quem lembrar de cabeça pode me corrigir, ok?), mas também aparece em outros livros. O primeiro livro da saga "The Pendragon Cycle" de Stephen R. Lawhead se chamou "Taliesin", e coloca seu personagem fictício como pai do Merlin. Tudo bem que neste primeiro livro, a saga mostra o fim da Atlântida e a migração de Taliesin para Ynys Prydein (Britania), mas isso é assunto para outra hora.

O Taliesin histórico viveu pelo fim do século 6, é mais conhecido pelo Llyfr Taliesin (O Livro de Taliesin), provavelmente o manuscrito mais famoso da literatura galesa. Mais do que um livro, o Llyfr Taliesin é na verdade um pequeno manuscrito com 56 poemas inteiros e um do qual sabemos pouco mais do que o título: Darogan Katwal. A última palavra está incompleta, e a convenção geral diz que esta palavra era "Katwaladr", portanto ficaria "Darogan Katwaladr" (as predições de Catwaladr). Entre os poemas mais famosos encontramos a saga de Urien Rehged e seu filho Owain ab Urien, os poemas Armes Prydein Fawr e o Preiddeu Annwfn, que já comentei aqui mesmo onde o Rei Arthur parte com seus cavaleiros na busca de um caldeirão mágico. Outro fato importante deste livro é ser o primeiro registro em Occidente dos feitos de Alexandre e de Hercules. Este manuscrito data do século 14 (bem depois da morte do Taliesin), e se presume que o manuscrito foi compilado por uma única pessoa em Glamorgan. O manuscrito era pouco conhecido, e só ganhou renome no século 17, onde foi trascrito em outras cópias.

O primeiro manuscrito está guardado hoje na  Biblioteca Nacional do País de Gales, ou no idioma original, Llyfrgell Genedlaethol Cymru. Quem pronunciar o nome corretamente sem saber galês ganha um post dedicado aqui no blog.

A tradução que usei para escrever este post fica aqui, que é a de William Forbes Skene de 1858. Obviamente, meu galês não está assim aquelas coisas, portanto me contento com ver a tradução do Inglês. Mas, para os curiosos de plantão como eu, o manuscrito foi digitalizado pela Biblioteca Nacional do País de Gales, e está disponível online para consulta neste link. Para ilustrar e encerrar o post, deixo com vocês a primeira página do Marwnat Vthyr Pen., traduzido para o inglês como Death-Song of Uthyr Pen(dragon).


Pelo sugestivo nome (Uthyr Pen), tudo aponta a ser nada mais e nada menos que o pai de um certo Arthur que virou rei, também de sobrenome Pendragon, mas ao ler a tradução em Inglês não encontrei nenhuma referência interessante ou no mínimo óbvia o bastante para incluí-la no post.Quem quiser pesquisar mais a fundo, a tradução fica aqui, o texto em galês aqui, e a imagem que ilustra o post abaixo aqui, junto com as outras digitalizações.

Meu post de hoje termina por aqui. Quem sabe o que vem amanhã?

Anglo-Saxon em 1 Minuto

Rá! Apenas duas horas e trinta minutos para escrever e não perder meu próprio desafio. É assim que tem que ser afinal... se fosse fácil, qual a graça?

Para quem estiver boiando nem que a moça do último post, este é o segundo post do desafio "Pega teu teclado e escreve, pô", lançado ontem neste mesmo blog. É um desafio pessoal, mas vale para todos os que perceberam que seus blogs andam assim, meio abandonados.

Hoje foi um dia cheio, bem cheio. Muitas novidades no trabalho, e ao mesmo tempo me concentrando nas questões de não largar a academia um dia sequer, nem deixar de tocar a música que estou praticando na bateria, fora detalhes corriqueiros como cozinhar, comer, tomar banho...

Mesmo assim, eis que aparece um post no blog. Curto, sim, mas interessante. Muita gente não tem o hábito da leitura, simplesmente porque hoje temos ao alcance das mãos outros meios bem dinâmicos, e que também servem para nosso aprendizado geral. Eu participo de uma comunidade no Facebook chamada King Arthur, donde conheci muita gente fascinante, a grande maioria deles escritores, historiadores e roteiristas que se inspiram tanto no Arthur literário quanto no histórico. Foi nessa comunidade que encontrei um videozinho muito legal sobre a conquista da Inglaterra e o surgimento do idioma inglês, explicado de forma muito, muito simples. Achei a cara do meu blog, com o estilo despachado de explicar certas coisas... Vejam o vídeo, e me digam se não faz tudo sentido mesmo.



Por hoje é só... amanhã tem mais! E vamos adiante com o desafio!