Taliesin

Terceiro post do desafio "Pega teu teclado e escreve, pô!".. Quem diria que ia chegar até aqui? O fato é que hoje, por ser feriado, é bem mais fácil sentar para escrever um post. A dificuldade de hoje não é no tempo; é na procura de assunto. Por mais rica que é a lenda arturiana, ainda assim é dificil falar todos os dias sobre ela. Meus parabéns aos docentes, professores e colaboradores amadores que conseguiram fazer de falar todos os dias o mesmo assunto uma profissão. Eu estou bem longe disso, mas pelas buscas no google e os hits do meu site sei que tem muitro trabalho de escola copiado do meu blog. Professores e alunos são bem-vindos no meu blog, desde que seja para estudar!

Falando em estudar, trago hoje um nome citado em várias fontes: Taliesin. Em alguns livros Taliesin é associado (de forma fictícia, puramente poética) com Merlin; é como se Merlin fosse o nome, enquanto Taliesin é um título, um cargo a desempenhar. Posso estar enganado, mas acho que foi o Bernard Cornwell que usou dessa forma (quem lembrar de cabeça pode me corrigir, ok?), mas também aparece em outros livros. O primeiro livro da saga "The Pendragon Cycle" de Stephen R. Lawhead se chamou "Taliesin", e coloca seu personagem fictício como pai do Merlin. Tudo bem que neste primeiro livro, a saga mostra o fim da Atlântida e a migração de Taliesin para Ynys Prydein (Britania), mas isso é assunto para outra hora.

O Taliesin histórico viveu pelo fim do século 6, é mais conhecido pelo Llyfr Taliesin (O Livro de Taliesin), provavelmente o manuscrito mais famoso da literatura galesa. Mais do que um livro, o Llyfr Taliesin é na verdade um pequeno manuscrito com 56 poemas inteiros e um do qual sabemos pouco mais do que o título: Darogan Katwal. A última palavra está incompleta, e a convenção geral diz que esta palavra era "Katwaladr", portanto ficaria "Darogan Katwaladr" (as predições de Catwaladr). Entre os poemas mais famosos encontramos a saga de Urien Rehged e seu filho Owain ab Urien, os poemas Armes Prydein Fawr e o Preiddeu Annwfn, que já comentei aqui mesmo onde o Rei Arthur parte com seus cavaleiros na busca de um caldeirão mágico. Outro fato importante deste livro é ser o primeiro registro em Occidente dos feitos de Alexandre e de Hercules. Este manuscrito data do século 14 (bem depois da morte do Taliesin), e se presume que o manuscrito foi compilado por uma única pessoa em Glamorgan. O manuscrito era pouco conhecido, e só ganhou renome no século 17, onde foi trascrito em outras cópias.

O primeiro manuscrito está guardado hoje na  Biblioteca Nacional do País de Gales, ou no idioma original, Llyfrgell Genedlaethol Cymru. Quem pronunciar o nome corretamente sem saber galês ganha um post dedicado aqui no blog.

A tradução que usei para escrever este post fica aqui, que é a de William Forbes Skene de 1858. Obviamente, meu galês não está assim aquelas coisas, portanto me contento com ver a tradução do Inglês. Mas, para os curiosos de plantão como eu, o manuscrito foi digitalizado pela Biblioteca Nacional do País de Gales, e está disponível online para consulta neste link. Para ilustrar e encerrar o post, deixo com vocês a primeira página do Marwnat Vthyr Pen., traduzido para o inglês como Death-Song of Uthyr Pen(dragon).


Pelo sugestivo nome (Uthyr Pen), tudo aponta a ser nada mais e nada menos que o pai de um certo Arthur que virou rei, também de sobrenome Pendragon, mas ao ler a tradução em Inglês não encontrei nenhuma referência interessante ou no mínimo óbvia o bastante para incluí-la no post.Quem quiser pesquisar mais a fundo, a tradução fica aqui, o texto em galês aqui, e a imagem que ilustra o post abaixo aqui, junto com as outras digitalizações.

Meu post de hoje termina por aqui. Quem sabe o que vem amanhã?

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