Ha! Acharam que tinha esquecido? Tem mais um monte de filmes arturianos para comentar, só que quis fazer uma pausa nos posts para não ficar muito monótono. Afinal, meu blog não é sobre cinema, né?
Li o livro (como disse no post anterior), e dei de cara com uma história de paixão sufocante com final triste. Um livro curto, direto, sem enrolação, com mocinhos e vilões bem definidos. Um conto interessantíssimo, e na minha opinião de leitura obrigatória. Podem encontrar este livro em diversos formatos no arquive.org, através deste link.

A grande sacada do livro é conhecer um Tristão destemido e esperto. Sabia manipular as regras e as pessoas; era ardiloso, sem perder a bondade com isso. No filme, não mostra a mesma habilidade pessoal para lidar com as pessoas, mas ainda é um bom lutador.
No livro Tristão mata um dragão na Irlanda, e como prêmio recebe Isolda; ele não a quer para si, tanto é que Isolda o odeia por afastá-la da sua terra. Ele a leva para o Rei Mark, que ao casar com ela selaria um acordo com a Irlanda, e poderia garantir a paz entre os reinos. A criada Bragnae preparou um elixir de amor, que Isolda beberia junto com o rei Mark para que ambos se apaixonassem perdidamente; assim ela não sofreria, mas seria feliz na terra distante. Por um engano, Tristão e Isolda beberam o elixir durante a viagem de navio, e caíram de amores antes de que Isolda fosse desposada por Mark.


Essa é a principal diferença entre o livro e o filme, na minha opinião: a falta do elixir, que é o ponto de pivô principal do livro. Mas, o que seria dos contos medievais se não tivessem tantas versões diferentes, não é?

O amor de T+I leva os países à guerra no filme, enquanto no livro é apenas argumento de intriga para deleite de quatro cavaleiros que querem ver o Tristão se ferrar, apenas por ser o queridinho do Mark. É claro, estes quatro cavaleiros se ferram no fim.
Os finais dos contos são muito diferentes. Os dois tristes, mas o do livro me abalou. Me deixou pensando na vida por um tempo, pensando em como as coisas acontecem. Fiquei com pena do Tristão, das Isoldas da vida dele, dos seus amigos, do Mark, da Bragnae. No fim, o livro que era pra ser direto, bruto, acabou virando uma baita história, uma lição de vida.
Não percam.
Até a semana que vem!