Faz tempo!

Faz tempo que não deixo nada por aqui. Para falar a verdade, nem o post do meu aniversário conta como post, até porque não falei do Romualdo, meu dragão florido. É mais ou menos como o Ferdinando, o touro que gostava de flores, só que é um dragão. Isso vou contar com mais detalhes em outro momento.

Tenho novidades, mas não vou queimar a notícia. Estejam atentos ao PRÓXIMO post. Estejam aware, como me disseram nesta semana durante uma reunião.

Eu v0ltarEi...

Níver Arturiano

Hoje é meu aniversário, e logo o primeiro presente que recebi já era arturiano. Ou quase.

Inspirada nos cavaleiros da távola redonda, a Meg Cabot escreveu o livro "Avalon High"; ainda não li, mas posso adiantar que é uma história mais focada no público jovem e feminino, mas nem por isso vou deixar de ler. A linha principal é sobre uma garota que troca de escola, e vai parar na Avalon High. Lá ela conhece um rapaz, e fica com a sensação de conhecê-lo há muito mais tempo; o mesmo acontece com o rapaz. Aos poucos, a história deles se mistura com a lenda de Camelot...

Vou ler, e depois comento com propriedade.

Alguém aí já leu? Comentem!

Até o próximo post!

Camelotz

Estava no sofá, e do nada me veio uma visão. Eu vi Thomas Malory aos empurrões no céu. Gritava:

- Me soltem! Me soltem! Vou puxar esses hereges até aqui para se explicar na minha frente!

Dois homens o seguravam pelos braços, enquanto esbravejava. Esses homens eram Chrétien de Troyes e Geoffrey de Monmouth. Falavam para ele, como quem explica para uma criança:

-Deixa pra lá, é assim mesmo... Uma hora você acostuma com isso. Olha pra gente... Na época nos também pensamos em te matar.

Provavelmente foi mais ou menos isso o que aconteceu na estreia do seriado "Camelot", cujo primeiro episodio foi ao ar lá fora pelo canal americano Starz.
 

A idéia era fazer um seriado baseado no texto do Le Mort d'Arthur, do Thomas Malory. Só que cabe mais a expressão inspirado do que baseado, salvo que baseado seja o item consumido durante a leitura do Malory para criar o script. Eu já estou um tanto escaldado com isso, depois de ter visto várias temporadas do Merlin da BBC deturpando a lenda, mas desta vez tenho que reconhecer que foram bem criativos.

Vamos começar citando alguns nomes, que ajudam a explicar o que podemos esperar do Camelot:
Entre os roteiristas, encontramos a Michael Hirst. Devemos a ele os filmes "Elizabeth" de 1998, e "Elizabeth: The Golden Age" de 2007, o que cria uma expectativa de grandiosidade no seriado, e especialmente um senso de exatidão histórica misturada a uma história belamente contada. Só tem um detalhe: ele também é roteirista do The Tudors, famoso pela riqueza do figurino, e pela ausência do figurino nas geralmente injustificadas cenas de sexo. 

Vou citar mais um nome, o Graham King. É um famoso produtor, reconhecido com um Oscar pelo seu trabalho no Os Infiltrados. Entre seus trabalhos mais famosos, quero citar O Aviador e Gangues de Nova Iorque; casualmente, os três filmes que citei dele tem o DiCaprio. Vou acrescentar à lista o filme The Young Victoria, para citar um filme de época.

O que pode sair ao juntar este pessoal? Fácil: a dinâmica do Aviador, a viagem histórica do Gangues de Nova Iorque e a suruba constante do The Tudors. Mais o menos isso. Entre as festinhas, vemos o Arthur pegando a namorada do Kay, e a Morgana traçando quem precisar para conseguir favores. 

O fato é que entre figurinos ricos e genitalia rebolante, assisti o primeiro episódio de "Camelot", minisérie que terá dez episódios.

Cabe lembrar que o argumento do seriado era contar o que ocorreu entre a revelação do jovem Arthur até a formação da corte de cavaleiros. Ou seja, teremos a oportunidade de conhecer os cavaleiros ao mesmo tempo que o Arthur, o que apela ao já super manjado recurso de "coloque um personagem desavisado para fazer as perguntas pelo público". Sempre dá-se um jeito de explicar o que está acontecendo.

O episódio começa com o Rei Uther dando uma festa, onde é chamado para avisar que recebeu uma visita. Esta visitante era Morgana, quem voltou do convento onde esteve "exilada". Depois de tomar um tapa do Uther, ela dá um jeito de envenenar o pai. Nessa cena, aparece um Merlin desaforado, meio Mad Max, que no lugar de salvar o Uther consegue descolar uma assinatura dele, reconhecendo "o menino" como filho legítimo. De posse desta carta, Merlin vai até o interior do país, onde recolhe o Arthur, que sem saber que era filho do Uther, morava desde que tinha apenas uns dias de vida sob os cuidados de Sir Ector, e tratado como irmão mais novo de Kay. 

Vou parar por aqui, apenas para comentar uma das mudanças mais graves ao texto do Malory. No lugar de uma clássica cena de espada na pedra, Arthur fica sabendo pelo Merlin que é filho do Uther dentro da barraca onde mora, na frente dos pais adotivos e do Kay. Foi nessa hora que o Malory deve ter surtado, seja lá onde ele estiver neste momento. Foi jogada fora uma cena tão épica como a da espada na pedra, onde o destino da Britania está por um fio, sem ninguém como rei e todos os inimigos do reino à espreita. 

A partir daí, seguem outras viagens no roteiro, muito mais elaboradas, como uma viagem do Merlin, o Arthur e o Kay para um castelo em ruinas, onde encontram os cavaleiros que eram fiéis ao Uther e juram seguir ao Arthur. Supostamente, este castelo vai virar Camelot em algum momento, só que fica à beira mar. Nisso tem uma confusão geográfica considerável; Tintagel fica de frente ao mar em um acantilado, enquanto não se sabe onde era Camelot, mas nunca foi citada como uma cidade costeira. 

Ainda vou tirar um tempo para falar dos atores, mas vou deixar isso para daqui a alguns episódios. Está cedo para saber no que vai dar.

Como encerrar este post? Apenas com um comentário: Vejam, assistam, e opinem! Veremos como a história continua nos próximos episódios.


Até o próximo post!