Tem a ver com o Rei Arthur? Não. Bom, talvez tenha.
A lenda arturiana alimenta os ideiais cavaleirescos. Entre tantas histórias, temos a do Santo Graal: a busca, uma empreitada dos cavaleiros, onde muitos encontrariam seu verdadeiro valor.
Há um ano atrás, decidi mudar de vida, e embarquei na busca do meu próprio Graal. Uma nova profissão, uma nova vida. Uma redescoberta pessoal.
Mas nessa cruzada particular, estava faltando ainda uma parte: a viagem. Prometi para mim mesmo que viajaria sozinho, como parte do processo. E essa viagem começou de fato ontem, com a minha vinda para os Estados Unidos.
Objetivo: conhecer outros lugares, e entre outras coisas, vivenciar algumas coisas relacionadas com a música. Principalmente, observar, e aprender.
Minha jornada começou com uma longa viagem, e várias escalas. De São Paulo para Dallas, de Dallas para Los Angeles, e de Los Angeles para San Francisco. Quase 24hs depois do meu embarque, consegui chegar em SF, como primeiro destino. E já fui recebido com uma surpresa bem musical.
Logo no hall do aeroporto, uma exposição curiosa com os monstros do cinema clássico incluía não só itens como máscaras e posters, mas também guitarras.
As guitarras pertencem ao Kirk Hammett, do Metallica. A última da foto, com a tábua ouija é a que melhor lembro de ter visto nos shows, e uma das mais legais. Tinha muitos objetos curiosos na expo, mas o curioso para mim foi dar de cara com guitarras assim que desembarquei. Bom sinal...
Durante o vôo assisti o filme / documentário da Amy Winehouse. Pessoalmente não curti muito, esperava mais do filme, mas prefiro que cada um que for ver forme sua própria opinião.
Chego na cidade, e tem muitas coisas que posso mencionar. Me exercitei mesmo sem pretender com as ladeiras, especialmente por errar o cálculo na quantidade de quarteirões e subir várias quadras à toa. Mas valeu pelo exercício :-)
Vi alguns artistas de rua, mas não mostravam muito entusiasmo. Fiquei na dúvida se tinham acabado de chegar, ou se estavam indo embora. A impressão que tive é que o verdadeiro movimento acontece bem mais tarde, mas como estou com jetlag preferi não arriscar. Vou descansar direito, e aproveitar o dia amanhã.
Deixo mais uma foto, de uma figura anônima na rua: o baterista dos baldes.
Aos poucos registrarei as experiências aqui, de cada canto e pequena aventura que for vivenciando. Como despedida de hoje, largo a foto de um clássico: o bondinho da Powell e Hyde.
Valeu! Até daqui a pouco!
Full Metal Jousting
A TV a cabo me deu uma grata surpresa esses dias, enquanto olhava a grade de programação. É um programa que pelas categorias nas que se encaixa eu nunca assistiria; trata-se de um reality show, e ainda de luta. Mas este programa é de um esporte bem antigo que foi atualizado para nossos tempos, e procura vingar como esporte pra valer: as justas medievais.
Enquanto o Brasil está passando por uma febre de ringue graças aos lutadores nacionais fazendo sucesso na UFC, eu não embarquei nessa onda pelo simples fato de não curtir nenhuma luta desse tipo. Apenas curto simpatia para artes marciais, onde existe uma evidente disciplina e um respeito enorme pelo adversário. Nesse mesmo critério, os cavaleiros medievais eram regidos pelas normas da cavalaria; tanto é assim que se dois cavaleiros se encontrassem em combate e um deles se rendesse, o outro não o matava, como também não o levava prisioneiro nem nada. Simplesmente virava as costas e continuava na batalha, onde o outro era obrigado pelo código de honra a se retirar em justa derrota. Ambos tinham consciência que não havia vitoria em tirar a vida de um rival. Claro, isto não se aplicava ao soldado comum, que entrava na guerra para fazer dinheiro à custa dos espólios.
Minha primeira oportunidade de ver uma justa ao vivo foi no meu aniversário deste ano, no Medieval Times. Claro que esta justa foi encenada ou cenográfica, mas todas as justas que vimos no cinema até hoje foram encenadas. Qual a chance de ver uma justa real, pra valer?
Era um esporte de valentes. O único esporte onde não há evasão; o adversário sempre vai bater em você. Dois cavaleiros, com todo o peso da armadura, avançando em linha reta um contra o outro em grandes cavalos de guerra. É como uma batida de carro, onde o alvo é o ombro esquerdo. Tão violenta, que mesmo com todo o peso da armadura como apoio ainda assim é capaz de derrubar a pessoa do cavalo. Apenas por colocar em números, o peso do cavalo, mais o cavaleiro, mais a armadura fica na casa entre 1100 e 1200 quilos. O peso de um carro pequeno. Mais números: os cavalos correm até uns 35 km/h, o que em sentidos opostos fazem que a batida dos cavaleiros ocorra a pelo menos 60 km/h. Ouch.
Por interesse de um grupo de pessoas cada vez maior, há um movimento para trazer as justas aos tempos de hoje e fazer disso um evento patrocinado, como poderia ser o futebol, o baseball, o basquete ou a Nascar. Desse interesse surgiu a Full-Contact Jousting, disciplina esportiva que busca ressurgir estas provas intensas e emocionantes. Busca-se manter a essência, mas modernizando as armaduras tanto de homens como dos animais. Em primeiro lugar fica a segurança dos cavalos, que nada tem a ver com os loucos que estão cavalgando neles, mas sem deixar de lado a segurança dos participantes e do público.
O History Channel introduziu na sua grade um novo programa, traduzido no Brasil para "Combate Medieval", e em inglês como "Full Metal Jousting". É um concurso de justas com 16 participantes divididos em dois times, onde participam em um torneio de eliminatórias pelo prémio de cem mil dólares. Entre os participantes, encontramos veteranos de guerra, lutadores de justas encenadas (como os do Medieval Times), stunts, cowboys e treinadores de cavalos. O prêmio vai além do dinheiro; é a oportunidade de se tornar "justador" profissional, e participar dos campeonatos oficiais. O anfitrião do programa é Shane Adams, campeão mundial do torneio de justas , e ex artista do Medieval Times de Toronto.
O History Channel fez um infográfico sensacional explicando o esporte, as regras, as armaduras e a mecânica da contagem de pontos. As imagens que vou colocar aqui são as mesmas disponíveis no site deles, mas recomendo muito que visitem o History para ver os vídeos e o infográfico.
Lindo... observem no detalhe que as armaduras são uma reedição moderna das antigas, uma versão estilizada. O mesmo observamos nos cavalos, onde a sela é bem mais simples e leve, com protetor peitoral acoplado e até uma espécie de óculos de acrílico para proteger os olhos do cavalo de qualquer estilhaço, ou mesmo de um impacto casual. Estes modernos cavaleiros não vestem gibão de couro, cota de malha, nada disso; a proteção por baixo da armadura é bem semelhante à usada pelos dublês de filme, como se fosse um conjunto de neoprene com protetores reforçados na coluna, lombar, ombros, joelhos, cotovelos e demais pontos frágeis. Por cima disso, a armadura, de aço e parafusada nos pontos removíveis. O visor inclui uma malha de aço nas aberturas, protegendo de qualquer estilhaço que possa voar nessa direção. Mesmo com toda essa modernidade, o conjunto pesa uns 35 quilos, é bem quente e atrapalha muito no movimento e no equilíbrio.
I am Iron.. Knight. Steel, actually. |
A imagem ao lado também é do infográfico, e mostra a cara da armadura moderna, produzida para o programa. Esta armadura é de aço, e vemos sobre o ombro esquerdo o pequeno escudo acoplado; este é o alvo que o adversário deve acertar para pontuar. A prova consiste em oito corridas (ou passadas), onde acertar este alvo vale um ponto, quebrar a lança (acertando o alvo) vale 5 pontos, e derrubar o adversário vale 10 pontos. Acertar a cabeça desconta pontos, e acertar o cavalo do adversário desqualifica imediatamente. Tem outras regras mais detalhadas, como acertar o protetor da lança se estiver na trajetória do escudo ou acertar ponta de lança com ponta de lança, mas isso já é para os mais avançados. O que interessa e fazer uma justa.. o mais justa possível.
Não se enganem pensando que os cavaleiros medievais lutavam só pela honra; eles lutavam pela fama, pelo dinheiro, por terras, e para se exibir como mercenários para quem puder pagar pelos seus talentos. Era um esporte tão popular como os grandes esportes de hoje, que enchem estádios. Os antigos cavaleiros faziam circuitos de justas, e ficavam famosos nas vozes dos heraldos, o equivalente aos reporters esportivos de hoje. Tanto é assim, que surgiam até rivalidades entre cavaleiros famosos, e tinham confrontos épicos equivalentes aos maiores clássicos entre times de futebol de hoje.
Voltando ao programa, tenho que admitir que é um pouco devagar. Embora tem momentos animados, as justas em si duram pouco tempo, e o clima de reality show não condiz muito com a disciplina, nem com a ideia de popularizar o esporte. Espero que nos próximos episódios peguem a mão do programa, e a edição os ajude um pouco mais a promover este esporte. Brutal, é verdade, mas muito mais elegante que um octógono sujo de sangue.
Pegando carona no History Channel, aproveito para comentar outro programa que começou agora, chamado "Vida Medieval" em português e "Get Medieval" no inglês original. Neste programa acompanhamos o dia a dia da vida medieval, desde a construção de castelos até detalhes da alimentação. É um passeio pela história, que vale a pena conferir.
Quem for assistir algum destes programas, comente!
Até o próximo post!
Modinha das antigas
Como acontece com todos os blogueiros, tem semanas que são cheias de ideias, e tem outras nas quais simplesmente o assunto não vem na cabeça. Ontem foi assim, e não consegui pensar em nada. Digamos, até tive umas ideias, mas pouco práticas para encarar no susto; seriam posts para escrever em fascículos, pesquisando bastante. Honestamente, este fim de semana quero colocar um post curto, e a ideia veio depois de visitar uma as comunidades que leio no FB.
Minha foto no perfil é um lembrete permanente do dia em que visitei a Estação Ciência em São Paulo, quando ocorreu a exposição de armaduras medievais. Ajudando no trabalho de divulgação, tive a oportunidade de vestir parcialmente uma armadura, uma sensação parcialmente claustrofóbica e completamente genial. As texturas, os materiais e particularmente o peso das peças de metal mudam a visão que se tem de uma armadura, mudança que atinge sua dimensão completa somente depois de vestir uma armadura de fato. Leva tempo para vestir, leva tempo para tirar, e é impossível fazer ambas coisas sem alguém para ajudar. Em um mundo de luta honrada, os cavaleiros contavam com os escudeiros para apoiá-los em tudo; cuidar dos cavalos, manter as armaduras e armas em bom estado (seja limpando, polindo e mesmo cuidando do conserto de partes), e alcançar as armas uma vez que o cavaleiro estava no cavalo. Um cavaleiro, de armadura completa e montado no seu corcel, pronto para a batalha, é uma visão amedrontadora. Eram os tanques de guerra da época, invencíveis, somente derrotados por outro cavaleiro nas mesmas condições. Sim, tudo isso é muito épico, mas bastava matar o cavalo e o escudeiro, e o cavaleiro morria de inanição, sem conseguir sair da armadura nem para fazer suas necessidades básicas. Só o Iron Man que consegue se vestir sozinho, e para isso gastou uma baita grana.
Mas não é sobre cavaleiros e armaduras que quero falar hoje. Quero falar do resto da população medieval, e como se vestiam. Que imagem temos dos tempos medievais? Que roupas usavam? Quais os materiais, cores, tipos?
Peço para interromper a leitura por um minuto, e pensem nas vestimentas medievais que conseguem imaginar antes de ler o resto do post. Sério, tirem a vista da tela um pouco e pensem na indumentária medieval.
Quantos de vocês lembraram de pensar em sapatos? Ou na roupa de baixo? Em enfeites, bijuteria? Algum colar?
Pensem de novo, e agora imaginando vocês mesmos usando a roupa. Pensem nas dobras, nos cadarços, na maneira de vestir. No clima. No chão que pisam. A imagem vai ficando mais nítida, não é? Ainda assim, é difícil pensar no dia a dia, nas trocas de roupa, ou mesmo na confeição das mesmas.
Tem grupos que não somente pesquisam a questão da indumentária medieval (seja através de quadros, pinturas e desenhos da época), como também se preocupam em reproduzir a vestimenta. Graças aos festivais medievais, muitas pessoas tem a oportunidade de vestir roupas de diferentes épocas, regiões e logicamente, diferentes degraus na escala social. A arte medieval mostra principalmente a vida da nobreza e as proezas da cavalaria, mas também há registros da vida social nos vilarejos, dos quais podemos aprender um pouco mais sobre o lado não tão charmoso, porém realista da população.
Strike the pose... |
Dessa forma descobrimos as roupas largas, sem abotoaduras; na época os fechos eram cadarços, faixas e cinturões. Na medida que subimos na escala social, aparecem os broches, os ornamentos, os enfeites nas bordas dos tecidos, os cortes mais precisos, e claro, as roupas que precisam de ajuda para serem vestidas (como os fechos dos espartilhos nas costas dos vestidos).
Nos festivais medievais podemos ver todos estes estilos, passando por vários séculos e ilustrando "ao vivo" o visual de diferentes origens (nórdico, inglês, francês, entre outros). No mesmo festival, podemos encontrar desde nobres barões até vikings vestidos com peles.
Como não somos todos que temos a habilidade de costurar a própria roupa, ou temos acesso aos materiais necessários, surgiram diversas lojas que fabricam roupas para uso nestes festivais. É sobre uma dessas lojas em particular que quero comentar hoje: a Echoppe Medievale, uma "boutique" na França dedicada a preservar a memória da indumentária medieval, e uma das lojas mais organizadas no quesito de refletir especificamente épocas onde cada vestimenta foi usada.
Na loja encontramos armas e armaduras, mas o que me fascinou realmente foram as roupas. Camisas, calças, sapatos, túnicas e vestidos fazem um catálogo impressionante, todos com várias fotos que ilustram bem a qualidade da reprodução. Convido vocês a passear pela loja online, disponível em inglês, espanhol e claro, francês.
O que gostei mais? É difícil escolher, mas sem dúvida os robes vão chamar a atenção do público feminino do blog. Vejam este, vermelho, e o verde, os dois da nova coleção.
Até o próximo post!
D3
Tem como falar de outra coisa neste fim de semana? O lançamento mundial do Diablo 3 superou as expectativas até da Blizzard, que tinha se preparado como ninguém para um lançamento desse porte, e mesmo assim enfrentou problemas de lentidão nos primeiros dias.
Acho que na empolgação por jogar, na ansiedade por reencontrar os cenários, personagens, inimigos e músicas do jogo, muita gente perdeu a noção do porte da empresa que estamos falando, e até que ponto eles se prepararam para este lançamento.
A Blizzard é simplesmente a maior e mais preparada companhia de jogo online. Ponto. O World of Warcraft está aí para provar isso. Não bastasse o WoW, e deles a mais antiga e duradoura rede online da que tenho conhecimento, a Battle.Net, hoje hub central de todos os jogos da empresa. Se tem alguém com experiência em jogo em rede, essa é a Blizzard. Eles fizeram um cálculo sobre a quantidade de vendas esperadas do jogo e quantidade de jogadores online (Mundo) para o lançamento do Diablo 3, e com esses números em mãos, iniciaram um trabalho titânico de preparação. Mesmo assim, nas palavras da Blizzard em seu comunicado oficial após os problemas do dia 15, mesmo os cálculos mais agressivos de demanda ficaram por baixo da realidade. O comunicado oficial (que por sinal, é muito engraçado e bem humorado, fica aqui).
Honestamente, e com anos que levo jogando online e offline, este tipo de problema no lançamento é muito comum. Até esperado, diria. Pensem na espera de anos de tantos jogadores ao redor do mundo, até que finalmente o jogo chega nas suas mãos. Independente da hora do dia, todos esses jogadores vão querer testar o jogo, olhar para a tela pela primeira vez, e formar sua opinião. Nenhum vai deixar para o outro dia. É assim que acontece: no dia-a-dia normal, cada jogador vai encaixar suas horas de jogo no tempo livre, entre uma obrigação e outra, conforme puder. Mas não no lançamento. A imensa maioria dos jogadores vai deixar outros programas de lado (cineminha, tv, saídas, etc) ou mesmo obrigações para poder tirar o gostinho do jogo. Com isso, não ocorre o revezamento natural de jogadores ao logo do dia: o planeta inteiro tenta entrar no jogo ao mesmo tempo. E acontece o que se espera quando uma massa gigante e desordenada tenta passar por uma porta limitada; é engarrafamento na certa. Não é culpa da Blizzard, nem dos jogadores: eu acho parte do jogo. Sim, xingar porque caiu a conexão faz parte também, e para muitas pessoas, isso é até educativo. É uma lição de paciência, e de entender que o mundo não pára porque lançou um jogo.
Bom, mas vamos ao meu jogo, à minha experiência.
O jogo não tem nada de arturiano. Aliás, nesta edição, nem cavaleiros tem como personagens jogáveis. Quem pensou que eu sou o cara de armadura na imagem acima, se enganou. Ele é um dos "ajudantes", um cavaleiro templário de fato, mas está apenas para me ajudar. Eu sou o outro cara. Este aqui na verdade:
É, nada arturiano. Mesmo a simpática homenagem na imagem anterior, com a espada na pedra, não é uma referência ao mundo medieval ao que este blog normalmente se dedica. O personagem acima é o Witch Doctor, uma das cinco classes disponíveis no jogo, e cujo principal atributo é a inteligência. Achei bem parecido de jogar com o antigo Necromancer do Diablo 2, que era meu personagem por excelência e fez do Witch Doctor a escolha mais óbvia.
Quem está acostumado a jogos de estratégia e rpg, vai entender imediatamente se descrevo ele como um AoE/Pet class, mas isso não quer dizer nada para quem não respira esse universo. Traduzindo: AoE é "area of effect", o que diz que este carinha medonho faz ataques que afetam muitos inimigos ao mesmo tempo, e o "Pet" é para indicar que seus ataques estão baseados em criaturas controladas pelo personagem. Ou seja, não é ele que sai dando porrada por aí, no lugar disso ele solta os cachorros e deixa o pau quebrar (enquanto joga veneno ou coisas parecidas nos inimigos). No caso de um witch doctor, é claro que esses bichinhos que ele solta não são nada fofos; seu controle sobre pets vai de serpentes a sapos, aranhas e zombies. Este tipo de personagem é muito bom para controlar grandes hordas de inimigos, mas em compensação, é bem fraquinho para atacar um inimigo sozinho e grande (a clássica boss fight, ou o chefão do fim de cada nível). Não é o tipo de personagem para novatos, é para quem quer desafio. Porém, faz ótima companhia em grupos de jogos, como parte da galera que dá suporte aos que ficam dando porrada (conhecidos como tanques/tanks, por ficar na linha de frente). No Diablo 2, joguei muito com a Marion no mesmo esquema: ela brincando de Tank com um personagem forte para ataques individuais, e eu controlando o grupo, meio que colocando na fila para apanharem de um em um. O post dela desta semana conta um pouco mais das nossas sessões de D2, sempre saudosas.
Agora, voltando ao mundo arturiano, percebi que na lenda ocorrem poucos encontros com o sobrenatural, e menos ainda com o lado negro da força. Temos um divisor de águas entre as histórias celtas e as de influência cristã; encontramos o cavaleiro verde e o glatisant como referências bem pitorescas do mítico, enquanto toda a história da busca do Graal é puramente cristã. Sim, acreditem se quiser, mas percebi isso jogando Diablo; enquanto no jogo enfrentamos forças infernais para evitar o apocalipse, na lenda arturiana há cavaleiros muito valentes e habilidosos buscando o graal e se aventurando por aí, mas nenhum enfrentou forças do além. O mais próximo disso são os feitiços malignos, geralmente da mão de Morgana (como quando prendeu o Lancelot).
Curiosamente, um dos poucos encontro com o demônio que lembro na lenda é o do nascimento do Merlin. Tirando esse fato pontual e específico, os grandes e piedosos cavaleiros da távola redonda de fato não enfrentaram as forças do inferno, mesmo com toda a carga teológica inserida na lenda ao longo das suas "traduções" e interpretações.
Aos estudiosos de verdade: alguém lembra de outros encontros na lenda arturiana com o diabo, demônios ou coisa parecida? Quem souber, comente!
Até o próximo post!
O Folz Medieval
Dedicado a Gabriela Folz, mi hermana que sin querer despertó en mí la curiosidad de saber más sobre este asunto.
Em um momento de nossas vidas (que não é precisamente o mesmo momento para todas as pessoas) surge uma pontada de curiosidade sobre nossas origens. Olhamos para nossos pais, tios, avós... e aos poucos, as trilhas dos casamentos, nascimentos e cidades vão perdendo nitidez. Os detalhes somem; deixamos de considerar o endereço onde nossos parentes moravam, e passamos a considerar somente as cidades. As datas também ficam confusas, quando não somem completamente. E assim, as raízes da nossa árvore genealógica desaparecem como as vozes daqueles que já foram, na falta de um registro escrito que possa eternizar as memorias. Eventualmente, encontramos outras pessoas na mesma situação, porém iniciaram estas pesquisas muito antes e servem de fonte não apenas de informação, mas como guias nessa cruzada genealógica pelas origens de nossos ancestrais.
Os imigrantes podiam ter muitos defeitos, mas tinham uma característica comum: a união entre eles.
Os imigrantes se aglomeravam em comunidades, na maior parte dos casos mantendo idioma, tradições e crenças, fazendo das novas terras um cantinho estrangeiro em terras novas. É pelo registro destas comunidades que descobrimos as rotas migratórias, e descobrimos mais detalhes sobre nossas origens. Registros de nascimentos, de óbitos, de casamentos, compras de terras, e quaisquer outros papéis servem de rastro para farejarmos mais detalhes. Assim, finalmente chegamos ao registro de imigração, onde alguém, o patriarca da nossa raiz neste lado do atlântico, desembarcou para deixar um legado que nem ele mesmo conhecia. Uma bagagem cheia de desenganos, de amargores vividos e ao mesmo tempo, de esperança, buscando um futuro melhor para si e para os seus.
Mas, e do outro lado do atlântico? Na Europa? Podemos achar de onde vieram esses antepassados?
De fato, se um barco chegou na América do Sul vindo da Europa, é porque partiu de um porto, onde também existe um registro de passageiros. Com esses registros, investigamos um pouco mais, e descobrimos um espelho do que encontramos por aqui: novas comunidades, novos registros, e assim, nossa árvore encontra raízes cada vez mais profundas, fortes e ricas.
Hoje, uma das minhas irmãs guarda um registro muito detalhado das idas e vindas do nosso sobrenome, ao ponto de localizar fotos muito antigas, da época onde as famílias se vestiam para a ocasião, e saiam para o patio da casa para aproveitar a luz, ficando estáticas enquanto a pólvora queimava provocando o clarão necessário para registrar as imagens na placa. Fotografias em tons de preto ou marrom, amareladas pelo tempo para o tom sépia, com crianças vestidas como adultos, e adultos sérios, muito sérios. Imagino que essa seriedade se restringia às fotos e à missa, e que no resto eram pessoas que mesmo sofridas, encontravam felicidade e eram capazes de rir juntos.
Nesse impulso por conhecer de onde viemos, eu fiz uma coisa diferente: tentei achar outros registros onde apareça meu sobrenome, mesmo que não seja capaz de traçar uma linha que me leve até esse registro. Em outras palavras, quase um um exercício lúdico usando como pauta minhas raízes.
O primeiro registro que encontrei foi nos Anais da Real Academia Matritense de Heráldica e Genealogia. Devo admitir que estranhei muito ver meu nome em um registro espanhol, sabendo claramente as minhas origens germânicas. Acontece que lá pela página 931, aparecem umas referências extraídas de outros livros de origem francesa, redigidos por um tal de Robert Folz, um medievalista francês nascido em 1910 e especializado no período conhecido como era Carolíngia, que vai do 751 ao 987 e ganhou esse nome pelos seus imperadores (a saga do Carlo Magno). Pelo jeito, a curiosidade pelo mundo medieval vem de família, não sou o único Folz medievalista (embora meu legado seja muito mais modesto).
Mas, tem um registro ainda mais curioso: um poeta / barbeiro / cirurgião chamado Hans Folz, e responsável por um dos registros mais importantes da poesia medieval. Hans Folz (1437-1513) foi um poeta de renome e relevância variável ao longo dos séculos posteriores a sua obra. Escreveu muitas poesias burlescas, com forte apelo sarcástico e com o único objetivo de divertir e entreter (ou seja, era o tipo de piada suja contada em rodinha, só que em formato de poesia), ganhando assim um lugar na lista de maus exemplos de literatura medieval. Porém, tem outros trabalhos dele, onde um em particular ganha valor incontestável: sua obra registra uma das lendas mais antigas relacionadas à Cristandade, sobre o destino de Adã e Eva após serem expulsos do paraíso. Esta lenda se remota ao século 10, onde gregos e romanos tinham seus próprios registros em Latim; assim, ele deixa de ser um contador de piadas sujas enquanto fazia a barba dos clientes, mas adquire status de importante poeta do século 15. Eu nunca fui bom para contar piadas, mas pelo menos teve alguém na família que sabia. E ainda fez muito mais do que só contar piadas.
Quem diria, parece que o medievalismo realmente faz parte dos Folz. Ainda meu livro vai ver a luz do dia, e quem sabe não ganhe um espaço na estante de alguma biblioteca, próximo do meu antepassado brincalhão.
Até o próximo post!
1-800-We-Joust
O título deste post corresponde a um número de telefone gratuito nos Estados Unidos: é o telefone do Medieval Times. Já falei do MT em posts anteriores, mas agora posso falar com conhecimento de causa. Não foi apenas por ligar para esse número, mas por fazer a reserva para um jantar em Orlando, exatamente no dia do meu aniversario. E acho bem dificil de superar esse níver!
O Medieval Times é uma franquia de castelos espalhada pelos Estados Unidos, onde somos transportados para um espectáculo que transpira medievalismo, no sentido completamente lúdico da coisa. Em outras palavras, o Medieval Times cumpre com a promessa de entreter, de divertir, usando os elementos dos filmes e novelas românticas do medievalismo. A elegância dos cavalos, os cavaleiros nas suas armaduras brilhantes, as bandeiras coloridas, os gritos da torcida, a ferocidade das justas. Assisti aquilo tudo fascinado, com olhos arregalados de quem volta para a infância.
O castelo que visitamos com Marion é o mesmo que ela conheceu anos atrás em outra viagem; o visual do castelo e as bandeirolas nas torres não surpreende muito (provavelmente porque em Orlando tudo é MUITO espalhafatoso), mas rende uma ótima foto, e a surpresa mesmo fica dentro do castelo. Apenas entramos, vemos que todos os funcionários estão fantasiados, sem exceção. Olhamos ao redor nosso, e vemos armaduras expostas. Armaduras que estão à venda, para quem quiser comprar. Não comprei, mas que pensei, pensei.
Retiramos os ingressos, e fomos passear na vila medieval, fora do castelo. Passeio rápido, mas muito interessante e detalhado da época; desde a confeição de roupas no tear até a cozinha de um castelo; desde a arte dos emblemas até o trabalho do ferreiro. Parei um tempo para ouvir o ferreiro contando histórias, explicando como eram forjadas as cotas de malha. Foi pitoresco ouvir tudo, mas foi uma constatação e tanto perceber que eu já conhecia o processo, e o pior, estava louco para perguntar alguma coisa ao cara mas não tinha perguntas. É, a internet tirou o romantismo..
Depois do passeio dos horrores pelos aparelhos de tortura da inquisição espanhola, voltamos ao castelo, e entramos no salão onde ficam as lojas. O salão é indescritível. Ou melhor, eu não saberia descrever, não com o luxo que o Bernard Cornwell ou outros autores o fariam. As grossas vigas de madeira, criando um céu de arcos longos que se cruzam no topo. Entre as tábuas, escudos dos cavaleiros adornam o teto, criando um tapiz colorido de dragões, cavalos e intrincados desenhos de flor-de-lis. Na nossa frente, duas escadas se juntam para formar um terraço, de onde a voz empostada do senescal do rei nos convida à arena. Mas, antes disso, somos apresentados ao Rei e sua Rainha, que participam na nomeação de um cavaleiro.
Este cavaleiro era um jovem rapaz, uma criança apenas, comemorando seu aniversário como eu, e realizando um sonho nas cores e músicas desse mundo de fantasia.
Fomos à arena, onde nossa arquibancada correspondia ao cavaleiro azul. Cavaleiro aliás, que arrancou suspiros da ala feminina. Cabe às minhas leitoras imaginarem o cavaleiro do jeito que quiserem, é mais prático e assim vai agradar a todas. Mas como sei que vão acabar me perguntando mesmo, podem apreciar o jovem de cabelos ao vento na fotinho ao lado.
Ao todo são seis arquibancadas distribuidas nas laterais, o que cria a identificação instantânea com o cavaleiro da sua cor, e anima as torcidas durante o torneio.
É muito divertido torcer pelo cavaleiro da cor da arquibancada onde você está, mas é muito mais divertido ainda torcer contra dos outros. É hilário ouvir a galera gritando BUUUHH cada vez que anunciavam um cavaleiro de outra cor..
Depois de uma encenação onde nos apresentam a história principal, ocorre o torneio de fato. E em bom portugues, é aqui que o bicho pega.
Por mais ensaiadas que sejam as coreografias, ainda assim podem acontecer acidentes. As armas de corte não tem fio, assim como as pontas das lanças, clavas e etc. também estão limadas, mas isso não tira nem um pouco do peso das armas, muito menos seu potencial de fazer estrago. Basta um esbarrão, um tropeço, um descuido, e alguém pode sair MUITO machucado.
Vi sangue na areia. Vi sangue no rosto de um cavaleiro, desenhando um fio vermelho que nascia na cabeça e descia pelo rosto, abrindo em varias trilhas enquanto descia. E não era cenográfico, o cavaleiro tinha se machucado mesmo. Provavelmente, foi algum descuido na queda do cavalo, e deve ter se machucado com o próprio capacete no tombo. Pode ter acontecido em qualquer outro momento, durante os movimentos de batalha na encenação. Mas o machucado era real, tanto que este cavaleiro não voltou no fim da apresentação para receber os aplausos do público. Alguém voltou no cavalo dele, com suas roupas e um capacete fechado, mas definitivamente não era nosso cavaleiro.
Conversei depois com o pessoal das lojinhas fora da arena sobre o incidente e disseram que acontece, eventualmente. As justas e as lutas são brutais, e embora não exista a intenção de machucar, as pancadas são para valer. E eu assino embaixo.
Um episodio à parte é o jantar. Tudo é servido em pratos de ferro, trazidos na seqüência pelo nosso escravo da vez, já que os garçons se apresentam como "seu escravo pessoal nesta noite". Passamos por uma refeição completa entre pão caseiro, sopa de tomate, frango, costela de porco e batatas no forno, finalizando com um delicioso cheesecake. Nota: tudo servido no mais puro sentido medieval, sem talheres. De certa forma, é libertador comer sem talheres na frente das batalhas. É até dificil imaginar isso de outra forma, jantando com frescuras enquanto a areia voa nos cascos dos cavalos e as farpas das lanças se espalham de encontro aos escudos. Tem que jantar com as mãos mesmo, é para ser assim.
Noite fantástica, no amplo sentido da palavra fantasia. Vou lembrar essa noite sempre, na mente, nas fotos, nos vídeos e agora no blog. E nos cavaleiros que me seguiram até em casa.
A Espada de Howard
Comecei a ler (timidamente) o livro do post anterior, do Howard Pyle. Antes do primeiro capítulo vem um prólogo, que na verdade não sei porque o autor colocou isto como prólogo quando podia perfeitamente ser o primeiro capítulo.
De um jeito bem resumido, direto e ligeiro (quase como um "cenas do capítulo anterior"), o autor enumera alguns personagens, e engata a história com o Arthur já nascido. O Merlin faz uma profecia para o Uther, avisando que morreria de uma doença e para evitar o caos total em Camelot deveria proteger seu filho. Assim, Uther deu seu filho para Sir Ulfius, seu braço direito e mais honrado cavaleiro, quem na calada da noite sumiu com o Arthur.
A história segue com a morte de Uther, e a anarquia se instaurando no reino. Ninguém tinha mais coragem de viajar de uma cidade à outra, para não ser vítima de roubo, ou mesmo caçado por mercenários e vendido como escravo. Se perdeu toda forma de lei, e somente as grandes cidades sobraram, com governadores avarentos e egoístas.
Aqui a história fica bem ecumênica, já que o bispo de Cantebury manda chamar o Merlin... para pedir ajuda! Em situações normais, a Igreja mandaria chamar um bruxo para queimar na estaca, fazé-lo confesar que está possuido, etc,etc, mas neste caso y para minha surpresa o Merlin foi chamado na posição de sábio conselheiro. Wow.
Merlin falou para o bispo, "eu, com meu dom da profecia, posso te dizer que está por chegar o único e verdadeiro rei, e um milagre acontecerá, uma aventura, onde quem for vitorioso será o rei de toda Bretanha por direito". O bispo respondeu, "mas, como tens o dom da profecia, não podes dizer-me quem será este rei?"; ao que Merlin retruca com "só posso dizer o que vi, mas agora, devo partir para fazer a minha magia". O bispo se despede com "faz o que tiver que fazer".
É impressionante como o bispo se mostra conivente com uma declaração explícita de "cara, vou fazer magia... cê sabe que isso é suspeito, né?"; mas, como era do interesse de todos, acho era bem mais fácil deixar passar essa. O mundo não mudou tanto, afinal.
Mas, entre os que temos intimidade com a lenda, sabemos que o Merlin antes do que sábio era sim muito experto. Ligeiro, até. Ele fez sua magia, e fez aparecer na praça da igreja uma pedra quadrada, como de mármore; nessa pedra, uma bigorna, e enterrada na bigorna até a metade, uma espada preciosa, com a já famosa frase:
Whoso Pulleth Out this Sword from the Anvil
That Same is Rightwise King-Born of England.
Aquele que retirar a espada da bigorna, é o rei da Inglaterra por direito de nascença. Aham. Isso tudo cabe na espada, ou melhor, na metade da espada que ficou para fora. O Merlin tinha letra pequena, pelo jeito. Digamos, na letra que vocês estão lendo agora já ocupa uns 20 centímetros.
Neste ponto, o Howard Pyle tenta se justificar (não entendi muito bem os motivos para isso), com estas palavras:
Esta é a maravilha da espada na bigorna (na pedra), e qualquer pessoa pode conferí-la facilmente em um livro escrito muito tempo atrás por Robert de Boron, chamado "Le Roman de Merlin".
Creio que é o primeiro livro que vejo com uma citação tão explícita à fonte. Mas, vamos nos aprofundar um pouco mais do que o fez Howard. O "Le Roman de Merlin" é um poema francês, que serviu de base para o que hoje conhecemos como o documento mais antigo em inglês sobre a lenda arturiana, o "Prose Merlin". A universidade de Cambridge guarda este manuscrito sob o folio MS Ff.3.11, que foi analizado e estudado incontáveis vezes desde sua descoberta.
O "Prose Merlin" e práticamente contemporâneo ao "Le Morte d'Arthur" do Thomas Malory, só que por uma diferença de poucos anos o Prose leva o título de texto mais antigo. Enquanto o Le Morte conta a história do Rei Arthur através da junção literária de diversas fontes, o Prose é um compilado de traduções de documentos já existentes, ordenados cronologicamente na vida do Merlin.
Podemos dizer que o Prose Merlin se divide em duas grandes partes, onde os primeiros 5 capítulos estão baseados no poema do Boron, e vão do nascimento do Merlin até a coroação do Arthur. A segunda parte do livro desenvolve o reinado do Arthur, sua guerra com os saxões, e convida para a festa uma multidão de novos personagens. Essa parte é interessante, mas vou deixar para outro post. Quem sabe o próximo.
Pesquisei um pouco mais ainda sobre as fontes, encontrei um livro de Henry B. Wheatley chamado "Merlin : or, the early history of King Arthur : a prose romance", propriedade da Universidade de Michigan e disponível abertamente para estudo neste link. Achei este livro procurando o manuscrito do Boron, mas é o mais próximo que consegui chegar. Infelizmente não encontrei meios online de pesquisar mais próximo do original, mas para que entendam melhor de onde viemos e onde estamos, a sequencia é esta:
- Poema do Robert de Boron (séc. 12), que inspirou o ->
- Prose Merlin, manuscrito (capítulos 1 a 5 da primeira parte), que consta no ->
- Merlin, a prose romance de H.B. Wheathey, entre 1800 e 1900.
No texto do Wheatley, na página 98 do capítulo 6, encontramos este trecho:
and whan they com oute of the cherche thei sawgh it gan dawe and clere, and saugh before the cherche dore a grete ston foure square, and ne knewe of what ston it was; but some seide it was marble. And above, in the myddill place of this ston, ther stode a styth of Iren that was largely half a fote of height, and thourgh this stithi was a swerde ficchid in to the ston.
Este texto aparece quase que idêntico no "Le Morte d'Arthur", e práticamente igualzinho no texto do Howard Pyle (com inglês mais moderno, claro). Toda essa volta que dei foi para dizer que o Howard Pyle escreveu que a espada era cravejada em pedras preciosas, mas essa particularidade não consta nem no texto do Wheatley, nem no texto do Thomas Malory. Ou seja, creio que essa parte foi inventada pelo Howard...
Não me olhem com essa cara; eu apenas fiz o que ele falou: foi conferir. E o Howard estava errado.
Vamos ver que mais eu descubro! Até o próximo post!
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